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Jovens correspondem a 60% das contratações na região

Cindy Santos

| Edição de 03 de maio de 2024 | Atualizado em 03 de maio de 2024
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Os jovens lideraram as contratações com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano na região. Entre admissões e demissões, 823 pessoas com idades entre 18 a 24 anos foram entraram no mercado de trabalho em 27 municípios. O número corresponde a 37% do saldo geral de 2,2 mil postos de trabalho criados entre janeiro a março. 

Chama a atenção que trabalhadores com até 17 anos correspondem a faixa etária com o segundo maior saldo de contratações na região (517) - 23% do total- , seguido por pessoas entre 30 a 39 anos (412), 40 a 49 anos (288), 25 a 29 anos (141) e 50 a 64 anos (85). No primeiro trimestre a região extinguiu 37 postos de trabalho que eram ocupados por idosos com 65 anos ou mais. 

Do saldo geral de postos de trabalho criados na região, 1,3 mil foram ocupados por homens e 927 por mulheres. A maior parte, 53,1% foi empregado pelo setor de produção de bens e serviços industriais, 13% pela agroindústria, 11 % desempenha serviços administrativos. Sobre o grau de escolaridade, a maioria 71% tem ensino médio completo, 11% ensino médio incompleto e 6% tem fundamental completo. Apenas 3,5% concluiu o ensino superior. 

Para o economista Rogério Ribeiro, os jovens ocupam a maior parte dos postos de trabalho, pois correspondem a maior parte da população regional. “O emprego de jovens está sendo potencializado pela quantidade de jovens que temos tanto na região quanto no estado. Se considerarmos o saldo de contratações de jovens de até 17 anos na região a participação no saldo atinge 60,1% do total”, analisa.

Novas práticas adotadas no pós-pandemia também impulsionaram a contratação de pessoas mais jovens. Segundo o economista, muitas pessoas perderam seus empregos e apostaram no empreendedorismo como fonte de renda. “Com isto, abriu um espaço maior para as empresas contratarem jovens. Por outro lado, muitas pessoas estão saindo do mercado de trabalho por aposentadoria, o que também abre oportunidades para os jovens”, analisa.

Parte dos novos empregos são motivados pela qualificação da população jovem, mas não a maioria. De acordo com o economista, a percepção é que a empregabilidade da população jovem seria ainda maior se houvesse maior qualificação. “Na própria estatística do Caged é observado que, no saldo de contratações, quase que a sua totalidade possui escolaridade de até o ensino médio completo. A expansão de emprego de pessoas com superior incompleto ou completo está diminuindo. Acredita-se que essas pessoas estão se transferindo para outros centros urbanos em busca de melhores colocações”, comenta.

“O que temos observado é que muitos jovens estão abandonando os estudos no começo do ensino médio ou mesmo nas séries finais do ensino fundamental. No ensino superior observamos sobras grandiosas de vagas nas universidades públicas. Soma-se a isto a inexistência de quantidades significativas de cursos técnicos de nível médio, temos que nossa economia regional poderá se submeter a um “apagão” de mão-de-obra qualificada”, conclui o economista.