A região criou mais de 1,5 mil postos de trabalho com carteira assinada no primeiro bimestre de 2024 em 27 municípios. O saldo é a diferença entre as 10.344 admissões e os 8.820 desligamentos registrados no primeiro bimestre, conforme dados do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta semana pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
A indústria novamente puxou as vagas de emprego com 610 postos criados no período. O setor de serviços, que havia fechado janeiro no negativo, reagiu e criou 494 vagas de trabalho. Também alcançaram saldos positivos a construção civil (195), o comércio (174) e a agropecuária (51). O desempenho registrado neste ano é 42% maior que o saldo registrado no mesmo período do ano passado quando a região fechou o bimestre com 1.071 postos de trabalho.
Apucarana voltou a liderar as contratações regionais com 624 postos de trabalho no período em vagas criadas pela indústria (286), serviços (107), construção civil (107), comércio (99) e agropecuária (5). No total, mais de 34,3 mil habitantes trabalham com carteira assinada no município.
Município vizinho, Arapongas, criou 610 postos de trabalho, a maior parte na indústria responsável por 372 vagas de emprego seguida pelo setor de serviços com 260 vagas. A construção civil também obteve saldo positivo de 14 postos de trabalho, em contrapartida o comércio perdeu 33 vagas e a agropecuária 3.
Ivaiporã obteve o terceiro maior saldo de empregos da região com 75 vagas criadas no setor de serviços (87), indústria (14) e agropecuária (8). Juntos, o comércio e a construção civil extinguiram 34 postos de trabalho com carteira assinada.
FEVEREIRO
O saldo de fevereiro superou o de janeiro. Foram 1.079 postos de trabalho criados na região contra os 445 de janeiro. O grande responsável foi o setor de serviços que gerou 480 vagas, seguido pela indústria (280) e comércio (213). A construção civil criou 87 postos de trabalho e a agropecuária 19. No topo das contratações está Apucarana, com 412 vagas, Arapongas com 372 e Ivaiporã com 73.
Panorama de crescimento
O economista Rogério Ribeiro, professor do campus apucaranense da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) observa que o panorama do emprego formal na região oferece um cenário de recuperação e crescimento. “Entre janeiro e fevereiro de 2024, vimos um aumento significativo de 453 empregos em comparação ao mesmo período do ano anterior. Só que esse aumento não foi uniformemente distribuído entre os municípios. Arapongas e Apucarana lideraram o caminho, demonstrando as maiores evoluções absolutas, enquanto Cambira e Ivaiporã enfrentaram os desafios mais severos, com as maiores reduções absolutas”, analisa.
Apesar de um prognóstico de crescimento econômico menor para 2024, o economista afirma que a expectativa para o mercado de trabalho é otimista. “A previsão de um crescimento econômico positivo, mesmo que menor, sugere que ainda há espaço para avanço e que a geração de empregos deve continuar a ser uma tendência”, analisa.
Ribeiro, entretanto, sinaliza que fatores globais e expectativas de uma redução no afrouxamento monetário desacelerem o crescimento nas vagas de emprego. “A conjuntura internacional e as políticas monetárias têm um papel fundamental nesse cenário e, com uma abordagem mais conservadora, poderemos esperar um crescimento sustentável, ainda que em um ritmo mais controlado”, pontua.
Paraná tem melhor fevereiro dos últimos três anos
O Paraná criou 33.043 novos postos de trabalho com carteira assinada em fevereiro deste ano, fruto da diferença entre 190.995 admissões e 157.952 desligamentos. Esse é o melhor resultado do Paraná no Caged desde fevereiro de 2021, na época com saldo de 40.938. Com exceção de dezembro, quando todos os estados têm saldo negativo em razão dos desligamentos que ocorrem ao fim das festas de final de ano, o Paraná teve resultados positivos em todos os meses de 2023. Em comparação fevereiro de 2023, o saldo de empregos no Paraná praticamente triplicou, de 13.480 novas vagas para as atuais 33.043 (aumento de 145%).
No acumulado de 12 meses, o Paraná alcançou a marca de 107.805 novos empregos, quarto melhor resultado nacional, atrás de São Paulo (435.164), Rio de Janeiro (164.185) e Minas Gerais (160.738).
“Os dados do Caged apontam para um 2024 muito positivo para a economia do Estado. Em janeiro crescemos 1,9% na indústria, 4% no comércio e 2% no turismo. As exportações do primeiro bimestre já alcançaram US$ 3,49 bilhões em receitas, e também estamos no menor tempo da história em relação à abertura de empresas. Em 2023 o PIB já cresceu o dobro da média nacional e queremos que esse ano seja ainda melhor”, disse o governador Carlos Massa Ratinho Junior.