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Com morte suspeita, equipe vai tentar identificar transmissor em Apucarana

Adriana Savicki

| Edição de 25 de abril de 2024 | Atualizado em 25 de abril de 2024
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A 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana confirmou ontem que o paciente de Apucarana, de 57 anos, que contraiu a febre do oropouche morreu. A morte aconteceu no dia 15 de abril, mesma data que o paciente buscou atendimento médico. Tratado agora como suspeita de óbito, o caso é alvo de uma investigação conjunta entre Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e Autarquia Municipal de Saúde (AMS) de Apucarana. Um arrastão de agentes de saúde vai percorrer a cidade para investigar a presença do mosquito transmissor, que não é o mesmo que transmite a dengue. 

A febre do oropouche é transmitida por mosquitos do gênero Culicoides, popularmente conhecidos como “maruim” ou “mosquito pólvora”. Geralmente é encontrado em regiões com alta umidade e presença de matéria orgânica.

Segundo o secretário de Saúde de Apucarana, Emídio Bachiega, as equipes vão iniciar investigação imediatamente. “Uma equipe de 14 agentes de saúde vai trabalhar para identificar a presença do mosquito causador da doença na cidade, em especial na região onde o paciente que contraiu a febre oropouche residia. O trabalho é realizado de casa em casa, vistoriando os quintais das residências”, informa Bachiega.

O chefe da 16ª RS, Marcos Costa, afirmou que a Regional iniciou agora uma investigação para confirmar se ele realmente morreu em virtude da febre do oropouche ou de outra doença. Também é preciso investigar onde o paciente adquiriu a doença. A primeira informação, segundo ele, é de que o paciente não tinha comorbidades.

“Nós temos cinco casos já confirmados no Paraná, todos importados. Então, estamos agora partindo para a investigação para verificar se o paciente esteve realmente em viagem ou não”, disse. Em nenhum dos pacientes confirmados no estado até agora a doença evolui para óbito.

De acordo com informações da AMS, o que se sabe até agora é que o paciente era representante comercial autônomo e viajava com frequência para o estado de Santa Catarina. “Ele, inclusive, retornou de uma dessas viagens no dia 11 de abril, quatro dias antes de buscar atendimento médico no Lagoão”, pondera o secretário Emídio Bachiega Bachiega. Após triagem no Lagoão, o paciente foi encaminhado no mesmo dia ao Hospital da Providência, onde faleceu. Inicialmente, o caso era tratado como morte suspeita por dengue, uma vez que os sintomas das doenças são semelhantes, contudo, exame do Laboratório Central do Estado (Lacen) revelaram a presença do vírus da febre oropouche em seu organismo. 

Sintomas são parecidos com causados pela dengue 

Similares aos sintomas da dengue, as principais reações provocadas pelo vírus da febre do oropouche são dor de cabeça, dores musculares, náusea e diarreia. Também pode evoluir para diagnósticos mais graves, como manifestações hemorrágicas. Atualmente, não existe vacina ou tratamento específico para a doença. Pacientes que possuírem os sintomas devem permanecer em repouso, realizando o tratamento sintomático e mantendo acompanhamento médico.

A transmissão também é similiar a da dengue e é feita principalmente por mosquitos. Diferente da dengue, a febre oropouche é uma zoonose, ou seja, a transmissão pode ocorrer quando o mosquito pica uma pessoa ou animal infectado e depois pica outro organismo saudável.

Outros cinco casos já haviam sido detectados no Paraná neste ano, todos importados. Os registros aconteceram nos municípios de Curitiba, Lupionópolis e Foz do Iguaçu. Pacientes de Manaus e Rio Branco que foram atendidos no Estado também positivaram para a doença.