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Cresce número de estrangeiros no mercado de trabalho da região

Cindy Santos

| Edição de 15 de abril de 2024 | Atualizado em 15 de abril de 2024
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O número de trabalhadores estrangeiros com carteira assinada cresceu na região. No ano passado, 447 migrantes de diversas nacionalidades estavam registrados em empresas em onze municípios. O número é 22% maior do que o mesmo período do ano anterior quando 367 estrangeiros estavam trabalhando na região. Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Conforme o levantamento, os haitianos correspondem a maior parte dos estrangeiros que trabalham na região (219), seguido pelos venezuelanos (70). A região também atraiu trabalhadores paraguaios (42), japoneses (20), cubanos (17), portugueses (10), indianos (5), argentinos (6), africanos (3), italianos (2), entre outros. O estudo foi elaborado pelo departamento de Economia do campus de Apucarana da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).

Os dois maiores municípios da região concentram a maior parcela dos trabalhadores estrangeiros. Juntos, Apucarana (192) e Arapongas (196), somam 388 trabalhadores naturais de outros países, o que correspondem a 87% do total. O número é 32% maior do que o registrado em 2021 quando 294 migrantes estavam registrados com carteira assinada nos dois municípios. 

“Se essas cidades têm uma parte significativa dos trabalhadores migrantes, isso pode indicar a presença de mais oportunidades de emprego ou setores econômicos que são mais abertos à contratação de estrangeiros. Isso pode estar relacionado às indústrias locais, políticas municipais de inclusão ou redes de apoio existentes para migrantes nessas áreas. Temos que considerar que Apucarana e Arapongas são responsáveis pela maioria dos empregos da região”, analisa o economista Rogério Ribeiro, professor da Unespar.

Ribeiro observa que a região segue a tendência estadual, uma vez que o estado também registrou aumento relativo de estrangeiros no mercado de trabalho nos últimos anos. “A alta pode estar relacionada a diversos fatores econômicos e sociais. A crise econômica e social na Venezuela e no Haiti combinada com a retomada do crescimento econômico no Brasil. A região pode ter visto um crescimento econômico que criou mais oportunidades de emprego, atraindo trabalhadores estrangeiros que migraram para este fim diretamente ou que estavam em outras regiões do Brasil e migraram internamente para nossa região”, analisa. 

Políticas de imigração mais inclusivas, acordos internacionais ou apoio humanitário para países em crise podem ter facilitado a entrada de estrangeiros no mercado de trabalho local, afirma o economista.

Em cinco anos, imigrantes dobram no Paraná

Em cinco anos, o número de imigrantes quase dobrou no Paraná. Entre 2018 a 2022 analisado, o total de trabalhadores formais não nascidos no País saltou de 19.605 para 37.703 no Estado, o que representa um aumento de 92% neste contingente. Ou seja, nos cinco anos, o Estado teve 18.098 contratações a mais que o número de demissões. O número também inclui os brasileiros naturalizados – estrangeiros que vivem no Brasil e passaram pelo processo legal de obtenção de cidadania.

Nos cinco anos mais recentes com dados consolidados pela RAIS, o Paraná foi o segundo estado com maior crescimento de imigrantes contratados formalmente. Em 2022, o Paraná registrou o maior volume de imigrantes que ingressaram no mercado formal de trabalho no Brasil: 8.379. O número representa 23,4% de todos os estrangeiros que obtiveram um emprego com carteira assinada no Brasil no ano.