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Ao persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado

Da Redação

| Edição de 29 de fevereiro de 2024 | Atualizado em 29 de fevereiro de 2024

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Já reparou, caro leitor e leitora, que toda propaganda de farmacêuticas termina com uma série de frases rápidas que colocam em xeque a eficiência do próprio produto diante de algumas doenças e seus sintomas? Ou, que “no caso de dengue”, mas desde quando alguém toma algum remédio sem indicação médica? Sejamos sinceros? Sempre. 

Somos a geração que não tem tempo de ficar doente ou que parece não merecer esse “descanso” e assim, de doença em doença, vamos morrendo sem nunca ter tido saúde de verdade. Já nossos filhos, são da geração que encontra qualquer diagnóstico em poucos minutos no Google e acha que tem todas as doenças. Mas para não parecer que estou separando as gerações, muitas vezes a pessoa consegue ter as duas experiências ao mesmo tempo. Mostrar fraqueza parece errado demais, mas tem hora que parece que sentimos todas as dores do mundo. Sintomas, sintomas e mais sintomas, que no dicionário aparecem como indícios, sinais e traços, mas para nós são respostas de perguntas mal feitas. 

Em um mundo cada vez mais doente é normal que haja propagandas de remédios, já que eles seduzem tanto quanto um hamburguer ou uma pizza de quatro queijos. E assim, pouco a pouco, começamos a trocar sugestões de remédios para tudo ao invés dos livros e filmes que nos fizeram chorar. Para chorar, basta ficar em silêncio, coisa que quase não existe mais. É tão ensurdecedor ficar em sozinho e em silêncio que até “som para dormir” nos inventamos. 

A crítica, caro leitor e leitora, não é a você ou a mim, nem mesmo para quem fabrica remédios e músicas para dormir, mas essa visão de mundo que entorpece, seja por químicos, vídeos ou BBB. Estamos focando nos sintomas e esquecendo das doenças, sejam elas quais forem, afinal, não estou falando apenas de saúde, mas tudo o que se refere a nossa existência.

Vemos a desigualdade social como um problema, mas ela é só um sintoma do egoísmo que ainda não aprendemos a curar. A guerra é mais um sintoma do egoísmo, mas também pode ser atribuído ao orgulho, de toda forma, para isso ainda não tem remédio na farmácia mais próxima. Nossas doenças, sejam físicas, emocionais ou psicológicas, são mais sintomas do que qualquer coisa, só não aprendemos ainda a procurar os profissionais corretos para cada situação. Os médicos não contam de todas as doenças que os remédios não podem curar, talvez nem os psicólogos, mas ao menos, eles têm mais chance do que o diagnóstico do Google. Porém, certos exames devem ser feitos de forma coletiva, sem a busca por culpados, mas por soluções. 

A gente já tem doença demais para ficar procurando novos sintomas, quando vamos procurar nos curar? Para a culpa, o medo ou o egoísmo, talvez uma injeção de coragem e dois comprimidos de fé podem ser a solução. Pode tomar com ou sem dengue, confie em mim, eu vi no Google.