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​ Sentença de Lula mostra que ninguém está acima da lei

Da Redação

| Edição de 14 de julho de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A sentença de 9 anos e meio de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reveste de grande simbolismo. A decisão do juiz Sérgio Moro não se limita apenas a aspectos jurídicos, mas traz consigo o peso político da figura de Lula, que por anos vendeu a imagem de honestidade e de defensor dos direitos dos mais humildes. A condenação, mesmo que neste momento não represente efetivamente a sua prisão – o petista poderá recorrer em liberdade – enterra o mito de Lula, que sonha ainda em concorrer na eleição presidencial de 2018.

O ex-presidente foi condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). Ele poderá recorrer ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre (RS). Na ação, Lula é acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras. O valor, apontou a acusação, se referia à cessão pela OAS do apartamento tríplex ao ex-presidente, a reformas feitas pela construtora nesse imóvel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial. Moro, porém, absolveu o ex-presidente na acusação sobre o acervo presidencial.

A denúncia do tríplex, é verdade, é uma miudeza perto do grande número de evidências de corrupção na gestão de Lula no governo federal. A sangria de recursos da Petrobras é de conhecimento público. Somente uma pessoa muito fanática para não aceitar o contingente vasto de provas de desvios bilionários na estatal na era petista no Palácio do Planalto.

A decisão de Moro é histórica. É a primeira vez que um ex-presidente da República é condenado no Brasil. O recado do juiz paranaense precisa ser ouvido, pois é claro ao assinalar que ninguém pode se considerar acima da lei no Brasil. 

Caso o TRF-4 mantenha a condenação de Lula em segunda instância, ele está fora da disputa presidencial de 2018. Atualmente, apesar da torrente de acusações que pesam contra ele, o petista lidera as pesquisas de intenção de votos para a sucessão do Palácio do Planalto.

Cabe agora ao Tribunal acelerar a análise dessas acusações em segunda instância. É importante passar a limpo a situação do ex-presidente antes de 2018. Assim, o país poderá seguir adiante sem a sombra de Lula, que, ao contrário do que muitos insistem em pensar e dizer, fez muito mais mal do que bem ao país. A herança nefasta da Petrobras, com rombos bilionários, mostra o tamanho do prejuízo financeiro e moral deixado por ele ao Brasil.