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15 dias após fim da paralisação, ainda falta gás em Apucarana

Renan Vallim

| Edição de 13 de junho de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Mesmo após 15 dias do fim da greve dos caminhoneiros, o setor de gás de cozinha ainda não teve os estoques normalizados. Em Apucarana, as revendas têm registrado um pequeno aumento no número de botijões à disposição, mas o volume ainda está longe do que era antes da paralisação. Segundo os proprietários, ainda não há previsão para que a situação se resolva. De acordo com a Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (ASMIRG-BR), crise afeta regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil.

Imagem ilustrativa da imagem 15 dias após fim da paralisação,  ainda falta gás em Apucarana

Os protestos foram iniciados nas rodovias do país no dia 20 de abril, terminando no dia 30 na maioria dos pontos onde havia bloqueio de caminhões. Mesmo com as pistas liberadas, a falta do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) na cidade ainda é sentida. Na manhã de ontem, algumas revendas receberam botijões de 13 quilos, utilizados em residências, mas os carregamentos não duraram até a tarde.
Liliana Souza, proprietária de uma revenda na cidade, conta que, na semana passada, havia recebido apenas 30 botijões na segunda-feira (4) e mais 40 na sexta (8), totalizando 70 unidades. “Recebi ao longo de toda a semana o volume que vendíamos em um dia. A situação está bem complicada”, relata.
Segundo ela, mais 70 botijões já foram recebidos nesta semana. “O volume está aumentando, mas ainda está longe de normalizar. Temos uma fila de espera que passa de 80 nomes. O problema maior é que não temos nem previsão para a normalização da situação. Acredito que os problemas devam durar ainda mais um mês ou mais”, lamenta.
Fabiana Bortolato, também proprietária de uma revenda na cidade, diz que ainda não recebeu gás nesta semana. “Estamos com o estoque zerado. Se continuar assim, não conseguiremos nem 10% do faturamento mensal esperado. Não sabemos nem o que fazer, porque precisamos pagar as contas, mas sem gás para vender, fica difícil”.
Ela aponta que tem ficado até dois dias sem receber uma nova remessa do produto. “Quando vem, não passa de 20 botijões. Nossa média era de comercializar 40 botijões por dia. Está bem complicada a situação. Inclusive temos clientes que, por conta da falta de gás, estão buscando alternativas, como a compra de panelas e fornos elétricos ou até mesmo retomando o uso do fogão a lenha”.
A aposentada Clarisse Siqueira é uma das pessoas que têm buscado algumas alternativas. Ela conseguiu, há poucos dias, um botijão. Mas, mesmo assim, manteve os hábitos adquiridos recentemente. “Tenho buscado economizar, porque não sei até quando vai este problema da falta de gás na cidade. Para ferver a água, por exemplo, começo esquentando no micro-ondas e termino no fogão a lenha, que gosto bastante de usar. Já usava bastante o fogão a lenha e agora tenho um incentivo maior. Tenho também feito menos assados para não gastar com o forno a gás. A gente vai buscando alternativas”, diz.