CIDADES

min de leitura - #

Acidentes de trabalho causam 17 mortes na região em 2018

Da Redação

| Edição de 04 de dezembro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

Um homem de 42 anos é a 17ª vítima de acidente de trabalho em 2018 na região. Ele morreu eletrocutado enquanto trabalhava, na tarde de anteontem, em Marilândia do Sul. Clóvis da Silva Pacheco morava em Mandaguari e realizava um serviço na rede elétrica no bairro Carquejo, quando o acidente aconteceu. Colegas de trabalho acionaram a ambulância do município e os enfermeiros constataram que Pacheco havia sofrido uma parada cardiorrespiratória. Os socorristas fizeram todos os procedimentos necessários para tentar reanima-lo, contudo ele não resistiu e morreu.

Neste ano, além do eletricista, outras 16 pessoas já morreram em acidentes de trabalho na região, segundo levantamento da 16ª Regional de Saúde (RS), de Apucarana. O número se iguala ao ano passado, quando também foram registrados 17 óbitos entre janeiro e dezembro. O relatório aponta que grande parte dos casos registrados neste ano ocorreu em Arapongas, com sete mortes, seguida por Apucarana com quatro. Cambira, Faxinal, Kaloré, Mauá da Serra e Sabáudia também registraram óbitos.
Os dados da 16ª RS também mostram que este tipo de ocorrência é comum na região. Em 2017, a central recebeu 292 notificações de acidentes de trabalho considerados graves. 
Para o técnico em segurança do trabalho da Autarquia Municipal de Saúde (AMS) de Apucarana, Maurício Giacomini, as normas de segurança para evitar acidentes são suficientemente rigorosas, contudo não são cumpridas. O especialista lembra que a responsabilidade de analisar os riscos e prevenir acidentes é do empregador.
"A responsabilidade total é do empregador, no entanto, muitos não cumprem o que está previsto nas normas e ainda tentam responsabilizar o funcionário", analisa.
Giacomini aponta a falta de fiscalização como outra falha que afeta negativamente os índices. "Quando se analisa o índice geral percebe-se que não diminuiu nada. Isso porque os empregadores não respeitam as normas e também porque não tem fiscalização. Quando acontece uma morte, vem um auditor investigar, porque gera um processo. Mas isso depois que o pior já aconteceu", observa.
Segundo o técnico, os setores que mais registram acidentes na região são o da construção civil, agroindústria e de confecção. "Mas as empresas que cumprem as normas e que exigem dos funcionários o uso dos equipamentos de segurança têm pouco ou quase nenhum acidente", comenta.