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Apucarana não tem nenhum caso de mortalidade materna em dois anos

Silvia Vilarinho

| Edição de 04 de julho de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Apucarana está há mais de dois anos com taxa zero de mortalidade materna. Sem nenhum óbito desde 2016, o município segue uma tendência registrada em toda região. No primeiro semestre de 2019, a área da 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana reduziu em 50% o número de casos (ver box).
Para a diretora da Escola da Gestante de Apucarana, Maria Aparecida Moreira, a redução do índice de mortalidade materna está diretamente relacionada com acompanhamento adequado, principalmente no pré-natal, pois nesse período é possível diagnosticar doenças e assim evitar complicações que acarretam em morte. 
“Algumas mulheres já possuem patologias, engravidam e vivem uma gravidez de alto risco. Outras descobrem durante a gestação algumas doenças, por isso é fundamental que a gestante realize o pré-natal, que seja bem acompanhada. Elaborar um planejamento familiar, saber como está a saúde para depois engravidar também é uma forma de evitar complicações” alerta Cidinha. 
Atualmente a escola da gestante atende por dia, em média 60 mulheres. “Hoje nós temos aproximadamente mil gestantes fazendo acompanhamento na escola, fora as mulheres que são atendidas nos postos de saúde. Existem nove unidades que oferecem esse serviço de forma descentralizada”,  destaca. 
O incentivo ao pré-natal é um dos desafios e uma das políticas adotadas pela Escola da Gestante.  Amanhã, o órgão realiza o Dia de Diva, um evento social com o objetivo de motivar as gestantes e alertar para a importância do pré-natal. 
Com a colaboração de parceiros, serviços como corte de cabelo, maquiagem e até fotos com um profissional serão ofertados gratuitamente para as mulheres que fazem acompanhamento no município. 
“Esse será nosso primeiro evento, mas nossa intenção é realizar a ação em toda primeira sexta-feira do mês. Queremos motivar essas mães, mostrar o quanto o pré-natal é importante e até melhorar a autoestima delas”, convida Cidinha.  
Para participar do Dia de Diva, basta a gestante ir até a escola, na Rua Osvaldo Cruz, no centro da cidade, entre às 13h30 até 17h30. 
Considera-se mortalidade materna, o óbito de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término.

Área da 16ª RS registra queda de 50% no semestre 
Na área da 16ª RS, que compreende 17 municípios, a mortalidade materna está em queda. Nos primeiros seis meses de 2019, apenas uma mulher morreu ao dar à luz. No ano mesmo período do ano passado foram duas mortes, uma redução de 50%.
Segundo o levantamento da Regional, a paciente, que residia em São Pedro do Ivaí veio à óbito no começo do ano. A paciente tinha um quadro de saúde de diabetes, agravado por insuficiência renal e outras complicações durante a gestação.
Em 2017, nenhum caso foi registrado na regional. As mortes de 2018 foram registradas nos primeiros seis meses do ano. “Não é uma incidência tão grande. Uma morte em uma regional é pouco estatisticamente, mas é uma morte com 100% de insatisfação”, comenta o chefe da 16ª RS, Altimar Carletto.
Carletto ainda explica que a regional possui grupos técnicos que avaliam cada episódio para identificar quais os fatores levaram ao agravante da morte. “Esses grupos trabalham tentando fazer com que novos casos não aconteçam. É feito um trabalho de investigação clínica, para detectar se houve algum tipo de desassistência, pré-natal mal feito, tudo isso é verificado e tentamos encontrar soluções para evitar novos casos” enfatiza.