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Apucarana se despede de seu Chiquinho, jornalista e historiador

Adriana Savicki

| Edição de 10 de setembro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Foi sepultado na manhã de ontem no Cemitério Cristo Rei, o corpo do jornalista, escritor e historiador Francisco Soares Dias Sobrinho, o “Seu Chiquinho”, como era carinhosamente chamado por todos. O primeiro jornalista do município, dono de uma extensa trajetória ligada às letras e também à filantropia, seu Chiquinho morreu aos 88 anos no domingo, no Hospital da Providência, onde estava internado desde o início de agosto. 

Imagem ilustrativa da imagem Apucarana se despede de seu Chiquinho, jornalista e historiador

Segundo a familiares, ele estava quadro de saúde bastante debilitado com suspeita de alzheimer que piorou após a morte da filha Francismara Freitas Soares Dias, em maio deste ano.  O prefeito Sebastião Ferreira Martins Junior, o “Junior da Femac”, decretou ontem luto oficial por três dias em Apucarana, em decorrência do falecimento do jornalista, que era pioneiro no município.
“O escritor Francisco Soares Dias foi uma figura ímpar e de renomado respeito no Município. Trata-se do autor de vários livros que narram a história de Apucarana e também responsável por outros feitos extraordinários, que valorizaram nossa cidade”, comentou o prefeito Junior da Femac. O prefeito, quando vereador, foi autor do projeto de lei que entregou Título de Cidadão Honorário para seu Chiquinho, uma das muitas homenagens que ele recebeu ao longo de sua carreira.      
O pioneiro nasceu em Minas Gerais, na cidade de Cachoeira Alegre atual município de Barão de Monte Alto, e chegou ao Norte do Paraná em 1951, aos 20 anos. Depois de trabalhar três meses num escritório de contabilidade em Jandaia do Sul, mudou-se para Apucarana para atuar como tipógrafo do jornal “Gazeta de Apucarana”.
A partir daí, tomou parte ativa e ininterrupta como colaborador ou diretor de diversos órgãos de imprensa do município, como “Correio do Lavrador”, “O Clarim de Apucarana”, “A Crônica”, “Tribuna de Apucarana”, “Renovação”, “Folha de Apucarana”, “O Trabalhista”, “O Debate”, “O Imparcial”, “Tribuna da Cidade”, “Jornal do Norte”, entre outros. 
Formado em Letras, “Seu Chiquinho” também fez carreira no rádio ao atuar como redator na Rádio Difusora e Rádio Cultura de Apucarana. No seu currículo consta ainda cargo de assessor de imprensa da  Câmara Municipal de Apucarana, de 1963 a 1972. 
Sua paixão pela história virou livros. O primeiro “Apucarana Uma História de Sucesso no Norte do Paraná”, lançado em 2008 contou a história da cidade. Depois foi autor de outras obras, incluindo o que narra a história da Diocese de Apucarana.
Além de jornalista, foi um grande incentivador das artes e das organizações sociais.  Foi, por exemplo, o responsável direto pelo concurso visando a criação e posterior gravação do Hino de Apucarana. Ele também era membro da Academia de Letras, Artes e Ciências Centro Norte do Paraná.
Paralelamente ao lado profissional, ele encontrou tempo para se dedicar a ações sociais: foi do juizado de Menores da Comarca; teve desempenho marcante no Movimento Mariano; no movimento de cursilho da Igreja Católica; foi voluntário no Lar São Vicente de Paula e Instituto dos Cegos, além de sócio honorário de vários clubes de serviço da cidade