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Arapongas precisa de medidas mais duras para combater pandemia, diz diretor da SESA

DA REDAÇÃO

| Edição de 31 de julho de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O diretor geral da Secretaria de Estado da Saúde (SESA) Nestor Werner Junior, em entrevista à Tribuna do Norte, questionou as medidas adotadas em Arapongas no combate ao coronavírus. De acordo com ele, o fato do município ter o maior número de casos e mortes confirmados pela Covid-19 na região, demonstra que há uma falha na tomada de decisões para conter o avanço da doença.

“Olhando para o contexto da região, com outros municípios que tem as mesmas perspectivas de Arapongas com taxas de incidência e mortalidade pelo vírus bem menores, entendemos que existem falhas em algumas medidas que poderiam estar sendo tomadas, como por exemplo, uma maior taxa de isolamento das pessoas para frear a contaminação”, disse.
Em relação ao lockdown anunciado para este final de semana na cidade, o diretor da SESA afirmou que, quando baseada em evidencias científicas, é uma medida que pode dar resultados positivos. “Nesta semana estamos acompanhando os resultados das medidas restritivas impostas pelo governo do estado semanas atrás em diversas regiões do Paraná. Decidimos tomar as medidas necessárias no momento em que percebemos a alta. E hoje percebemos que a decisão pela restrição desacelerou a crescente da curva de casos, mesmo não tendo alcançado os índices ideais de isolamento. Mas esta medida só funciona baseada em evidencias científicas, e a ciência demonstra que o vírus tem um período de incubação de até 14 dias. Qualquer medida restritiva menor do que estes 14 dias não terá eficácia”, explicou.
Werner acredita que realizar um lockdown por apenas dois dias, principalmente em se tratando de um fim de semana, onde geralmente boa parte da população já costuma ficar mais em casa, pode ser um tiro no pé. “A medida de isolamento só dá certo se seguir um padrão. Realizar em apenas um fim de semana pode ser um tiro no pé, uma falsa sensação de fazer a coisa certa e na verdade não é”, ponderou.
O diretor da SESA destacou os investimentos que o governo do estado tem feito em todo o Paraná para o enfrentamento da pandemia. “O governo do estado, em um esforço enorme, conseguiu disponibilizar mais de mil leitos de UTI para pacientes de Covid em apenas 4 meses, além de disponibilizar testes, equipamentos de proteção individual (EPIs) e diversos outros custeios em todos os 399 municípios do Estado”, lembrou.
Especificamente para Arapongas, Werner destaca um aporte de mais de R$ 7 milhões para custeio de 20 leitos de UTI e enfermaria no Hospital Norte do Paraná (Honpar), mais de 4 mil testes rápidos, além de EPIs para os profissionais da saúde do município. “Além de cerca de R$ 500 mil em custeio para a estratégia Covid, considerando a aquisição de equipamentos e pagamentos hospitalares”, revelou.