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Aumento de indígenas coloca assistência social em alerta

Renan Vallim

| Edição de 11 de dezembro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A população indígena que tradicionalmente vem para Apucarana nesta época do ano faz com que a demanda na Secretaria Municipal de Assistência Social cresça, deixando o órgão em alerta. Praticamente todas as famílias saem de suas aldeias trazendo crianças, aumentando a necessidade de atenção por parte do poder público. Outra preocupação é encontrar um equilíbrio entre as regras da cidade e a cultura dos indígenas.

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A vinda destas famílias para Apucarana já é esperada nesta época do ano. A secretária de Assistência Social de Apucarana, Ana Paula Nazarko, explica que dezembro é o mês em que os indígenas são vistos com maior frequência nas ruas da cidade. “Os pais aproveitam as férias escolares das crianças para virem a Apucarana. Muitos já nos relataram, inclusive, que as próprias crianças pedem para vir para Apucarana”, comenta.
Segundo ela, o Centro Social Urbano do município tem um espaço destinado para as famílias, que geralmente optam por acampar em tendas de lona e madeira. Há ainda o Parque do Japira, também bastante utilizado para a mesma finalidade. É nessas duas áreas que se cogitou a construção de uma Casa de Passagem para abrigar as famílias temporariamente. O projeto, entretanto, nunca saiu do papel por conta da falta de recursos da Fundação Nacional do Índio (Funai),
“Quando percebemos a chegada deles, sempre vamos lá para ver como estão e se podemos fazer algo para dar algum suporte”, diz a secretária.
Por serem essencialmente itinerantes, a secretaria muitas vezes encontra dificuldades para contabilizar a população indígena que chega à cidade. O órgão também se encarrega de orientar os visitantes, sobretudo a não praticar a mendicância. No entanto, nem sempre o pedido é atendido. 
“Dizemos a eles para não mendigar e, principalmente, não colocar as crianças nesta prática. Mas se eles buscam vender os produtos que produzem, não vemos problema. Eles têm o direito de ir e vir resguardado e podem ficar nas ruas da cidade, que são locais públicos”, afirma Ana Paula.
Outro trabalho que a secretaria busca desenvolver é manejar o choque cultural entre a população indígena e a da cidade. “Nos preocupamos bastante com os casos de embriaguez e também com a exposição de crianças a perigos, como o que encontram no trânsito”, lembra ela.