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Banco Central surpreende e baixa juros a 13%

Das agências

| Edição de 11 de janeiro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central surpreendeu o mercado e anunciou ontem a redução da taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, para 13,00% ao ano.
É o terceiro corte seguido da taxa e o primeiro acima de 0,25 ponto percentual, dentro do atual ciclo de afrouxamento monetário. Com a decisão, a Selic está no menor nível desde abril de 2015, quando estava em 12,75% ao ano.
Mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, de outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Somente em outubro do ano passado, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.
Era esperado um corte de juros, mas não nesta proporção. A expectiva do mercado era que uma queda de 50 ponto percentual.
Os motivos que levaram o mercado a aguardar um corte mais amplo dos juros são o declínio da inflação (ver box) e a demora na recuperação da economia. “O conjunto dos indicadores sugere atividade econômica aquém do esperado. A evidência disponível sinaliza que a retomada da atividade econômica deve ser ainda mais demorada e gradual que a antecipada previamente”, destacou o texto.
Dados mais fracos da atividade econômica consolidaram nos últimos dias as apostas de corte de pelo menos 0,50 ponto da Selic, como a produção industrial de novembro, que ficou abaixo das expectativas. O indicador, divulgado na semana passada pelo IBGE, cresceu apenas 0,2% na comparação com outubro, contra estimativas de alta de 1,3%.
Além disso, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reforçou no mês passado que a autoridade monetária iria intensificar o ritmo de corte da taxa básica de juros em janeiro se a atividade econômica permanecesse fraca, conforme indicou a ata da reunião do Copom de 30 de novembro.
O corte, que agradou vários setores da economia que vinham pressionando o governo por essa medida, dá sinais que a política monetária seguirá por esse caminho.


Inflação fecha em 6,29%
O ano de 2016 encerrou com inflação em 6,29%, divulgou o IBGE ontem. Em dezembro, o IPCA, índice oficial de preços ao consumidor, avançou 0,30%. O centro de expectativas de economistas consultados pela agência internacional Bloomberg calculava o IPCA em 0,34% em dezembro e apontava avanço de 6,34% no ano.
Foi a primeira vez desde 2014 que o índice oficial de inflação ficou abaixo do teto da meta do governo, de 6,5%.
A redução do consumo de bens e serviços no país em decorrência da recessão econômica fez ceder a inflação, que teve seu auge em 2015, ao atingir 10,67%, maior percentual de uma década.
Na ocasião, o país vivia o reflexo do movimento chamado tarifaço, resultante do represamento de preços, como o da energia, de maneira artificial pelo governo no ano anterior. O resultado foi aumento de preços generalizado, tanto na cadeia produtiva quanto no setor de serviços.
Em dezembro, o grupo alimentação e bebidas foi o destaque na pressão de alta, segundo o IBGE, passando a subir 0,08% no mês contra queda de 0,20% em novembro. Na outra ponta, o grupo habitação apresentou queda de 0,59% nos preços, depois de subir 0,30% em novembro na comparação mensal.
Segundo o IBGE, o principal impacto para baixo na inflação em dezembro (-0,13 p.p.) veio da energia elétrica, com queda de -3,70% nos preços. Essa redução se deveu à volta da bandeira tarifária verde em 1º de dezembro, em substituição à amarela.
Em 2016, o principal impacto sobre a inflação também veio de alimentação e bebidas, com alta de 8,62% contra 12,03% em 2015, exercendo peso de 2,17 ponto percentual.