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Bicho-da-seda garante renda extra para produtores rurais do Vale do Ivaí

Ivan Maldonado

| Edição de 14 de abril de 2018 | Atualizado em 13 de abril de 2018

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A sericultura (bicho-da-seda) está se consolidando como fonte de renda alternativa para pequenos produtores rurais no Vale do Ivaí e região central do estado. Conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral) de 2016, esse tipo de criação rendeu quase R$ 4,5 milhões na regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), de Ivaiporã. 

Com 190 toneladas, Cândido de Abreu é o maior produtor de bicho-da-seda na região de Ivaiporã. A sericultura movimentou no município R$ 1,5 milhão em 2016. Na sequência, vem os municípios de Jardim Alegre (80 toneladas de casulos e R$ 1 milhão em renda) e Godoy Moreira (41 toneladas e R$ 537 mil). 
No Vale do Ivaí, o sistema de produção é feito de forma integrada com as indústrias de fiação, que repassam para os produtores as lagartas em fase inicial de desenvolvimento. A atividade abrange o cultivo da amoreira para a criação do bicho-da-seda e as atividades referentes à produção e preparo dos casulos.
O manejo do bicho-da-seda é realizado em galpões. Nas três semanas em que vive como lagarta – período em que passa por cinco etapas –, ele é alimentado exclusivamente com folhas de amoreira. O produtor recebe o inseto com sete dias e depois o cria por um período de 19 a 20 dias, quando então começa o encasulamento.

Imagem ilustrativa da imagem Bicho-da-seda garante renda extra para produtores rurais do Vale do Ivaí

Na localidade de Escolinha, em Jardim Alegre, o criador Aldo Alves Carvalho ocupa menos de ¼ de alqueire para o plantio de amoreira e produz os casulos em apenas duas camas de 1,5 por 20 metros de largura. 
Carvalho se mostra muito satisfeito na atividade, a qual atua há mais de 20 anos. “Uma família que tem três a quatro pessoas consegue a cada 15 dias fazer de R$ 4 a R$ 5 mil nisso aqui. Eu mesmo, que trabalho sozinho com apenas duas camas, consigo, em média, R$ 2,3 mil por mês livre. A vantagem é que eu pego ele no dia primeiro e no dia 27 já estou com o dinheiro no bolso”, relata. 
Conforme o agrônomo do Deral, Sergio Carlos Empinotti, a criação do bicho-da-seda é uma alternativa rentável, principalmente, quando se trata de produção familiar. “É uma atividade que requer baixo investimento na infraestrutura e pequeno espaço de terra. Além disso, o bicho-da-seda demanda menos trabalho que a agricultura convencional e tem ótima lucratividade. Na região tem muito espaço para crescer”, completa. 
Atualmente, o Paraná tem 1.867 pequenos produtores e, de acordo com Empinotti, o estado é responsável por 84% da produção nacional de seda. “A China é o maior produtor do mundo, mas o produto de maior qualidade internacional é produzido aqui no Paraná”, completa Empinotti.