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‘Brasil tem tempo de entrar no primeiro time mundial’

SILVIA VILARINHO APUCARANA

| Edição de 06 de outubro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O Brasil ainda tem tempo de entrar para o primeiro time mundial, desde que se invista com seriedade em educação. A afirmação é do ex-senador, economista e educador Cristovam Buarque, que esteve nesta semana em para participar do ciclo de palestras educativas promovida pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (Acia) justamente para falar de sua especialidade: educação inclusiva. 

Em visita a sede do Jornal Tribuna do Norte, Cristovam Buarque, que foi durante 16 anos senador e Ministro da Educação entre 2003 e 2004, comentou o atual cenário político e defendeu que é preciso melhorar a educação de base.
“Eu sempre falo de educação, mas em Apucarana, pela primeira vez falei sobre um tema, algo especial, no sentido de que o Brasil ainda tem tempo de voltar para a primeira divisão das nações. Eu criei a bolsa escola, quando ainda reitor e professor de uma universidade em Brasília. Em 1995, quando virei governador, passei a defender que iria pagar para os filhos dos pobres estudarem. Quando entrei no ministério, queria criar um ministério para cuidar somente da educação base do Brasil. Esse projeto não deu certo, mas eu continuo defendendo que é preciso investir e muito na educação de base”, detalha Buarque. 
Cristovam também falou sobre o movimento escola sem partido que, para ele, é mais uma questão de oportunismo. “Uma escola sem partido é uma escola com partido. Partido da alienação, da tutela do professor. Eu quero uma escola com todos os partidos. Essa ideia de escola sem partido é uma maluquice, um oportunismo de um grupo que quer colocar o seu partido na escola e mudar o conteúdo. Ainda não adotamos a ideia de que a prioridade é a educação. Nós precisamos ter uma escola que ensina tudo”, relata. 
Cristovam ainda comentou sobre a questão da Amazônia, que voltou a ganhar destaque na midia internacional após as queimadas e consequente disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente francês Emmanuel Macron.  
“A Amazônia é uma propriedade brasileira, mas um patrimônio da humanidade. Precisamos defendê-la. Nós temos que entender que, na realidade da civilização hoje, chegamos ao limite do equilíbrio ecológico. A temperatura está subindo e um dos absurdos do atual governo é querer negar a ciência”, comenta.
Buarque também afirma que está fora da política. “Hoje não está nos meus planos me candidatar. Eu tenho 75 anos, não estou cansado, o problema é que eu quero correr, mas tempo pouco tempo para correr. Mas vou continuar falando de política. E acho que em 2022 teremos uma disputa entre Bolsonaro e alguém do PT, mesma coisa, disputando a presidência, e eles brigando entre si. Eu só quero que entendam que cada menino e menina que saiu da escola, é uma perda muito grande para o Brasil. O sem escola é um mar que você naufraga, ” finaliza Buarque. 

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