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Cansaço cerebral pode causar doenças e é motivo de alerta

Silvia Vilarinho

| Edição de 23 de julho de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Aquela dor de cabeça que parece que a mente vai ‘explodir’, dificuldades em lembrar de informações recentes, queda da qualidade do sono, diminuição do desejo sexual, perda do interesse por coisas que antes davam motivação e ânimo, além de alteração do humor. Todos esses sinais merecem atenção e podem estar relacionados ao esgotamento mental. 

Imagem ilustrativa da imagem Cansaço cerebral pode causar doenças e é motivo de alerta

Devido a rotina cada vez mais puxada, o esgotamento mental já não é algo tão raro, e se torna a cada dia mais comum entre as pessoas. A psicóloga apucaranense Lourdes da Conceição Cruz explica que por mais poderoso que o nosso cérebro seja, ele também se cansa do excesso de atividades, de informações, compromissos e responsabilidades. “Toda essa rotina que enfrentamos hoje, além de nossas preocupações acabam nos levando à estafa, que pode ser considerada como a falta de energia e motivação para fazer atividades comuns do dia a dia, como trabalhar, estudar, sair com os amigos, entre muitas outras”, comenta. 
A profissional afirma que nosso cérebro também merece descanso, mas que muitas pessoas, mesmo quando estão relaxando, não conseguem se desligar. “Devido aos problemas pessoais, financeiros, profissionais, as redes sociais, enfim, tantas preocupações e estímulos acabam sobrecarregando nossas mentes. Hoje é comum que no final de um dia cheio, a sensação de cansaço seja tremenda. Tudo isso são sinais de que é hora de desacelerar e cuidar melhor da sua rotina e vida”.
Lourdes ainda alerta que o esgotamento mental é uma doença séria e não deve ser tratado como um momento passageiro, já que desencadeia vários problemas físicos e emocionais. 
 “O esgotamento mental é coisa séria e uma das causas de problemas graves como a Síndrome de Burnout e a depressão, pois ele se camufla na rotina de atividades, as pessoas não devem ter vergonha de buscar ajuda. É preciso desacelerar, respirar fundo, tentar se preocupar menos e aproveitar muito a vida”, finaliza.
Quem sentiu na pele o problema, reconhece o valor do tratamento. A professora de artes Daniele Leiroz conta que chegou ao extremo da ansiedade, quando se sentia engolida pela rotina diária. “Sempre tive uma vida muito corrida trabalhando fora, cuidando da casa e de duas filhas, aos poucos comecei a perceber que estava com um nível muito elevado de estresse e ansiedade, viva sempre muito nervosa”, conta.
Ela lembra que procurou ajuda de uma psicóloga quando percebeu que a ansiedade estava causando muita angústia, desânimo e até tremores. “Percebi que precisava de ajuda, superei o preconceito e busquei tratamento. Já faz 5 anos que faço terapia e utilizo medicamentos também. Hoje estou controlada, o tratamento me deu forças, abriu meus horizontes para a vida. Até comecei a estudar depois do tratamento e já concluí duas pós-graduações”, disse. (COLABOROU ALINE ANDRADE)

Dia nacional alerta para riscos
Os cuidados com a mente ganharam destaque pois ontem (22) foi celebrado o Dia Nacional do Cérebro. O neurologista Gustavo Osugue lembra que o Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), também conhecido por derrame, está entre as doenças do cérebro mais comuns entre a população.
O médico ressalta que um dos objetivos da data é fazer um alerta para os casos de AVC. “É preciso que as pessoas entendam a importância de  uma vida saudável, pois depois do derrame não tem muito o que fazer. Controlar o aumento da pressão arterial, do colesterol, o aumento da glicemia, tudo isso é fundamental”, destaca o médico.