A inserção dos smartphones mudou o jeito de usar o aparelho celular e também o comportamento nas ruas. Com os olhos grudados na tela nem sempre é possível perceber a aproximação de alguém, facilitando a ação de criminosos. Um levantamento feito pelo setor de estatística do 10º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Apucarana, aponta que quase 60% das ocorrências de roubo na cidade são de celulares. O número chama a atenção não só pelo crime, mas também para um outro comportamento: a compra deste tipo de produto, que alimenta a ação de ladrões.
Somente neste mês, até o dia 23, foram 16 situações do gênero registradas em Apucarana. O número representa quase 60% das situações de roubo no município. No total, a PM registrou 27 ocorrências de assaltos. No levantamento é discriminado a circunstâncias que o crime ocorreu. Das 16 situações, em dez, a vítima foi surpreendida enquanto caminhava manuseando o celular ou durante uma ligação. Em outras duas ocorrências, os celulares foram roubados de seus donos enquanto aguardavam o ônibus no ponto.
A tenente Kelly Wistuba de França, responsável pelo setor de estatística do 10º BPM e também relações públicas da instituição, reconhece que o número é alto de roubos de celulares. “O que chama a atenção neste tipo e ocorrência é que a vítima, em muitos casos, não consegue descrever as características do assaltante, que são necessárias para a equipe policial identificar o criminoso e efetuar a prisão”, observa.
Além disso, a oficial chama a atenção para a receptação deste tipo de aparelho. “Não podemos nos enganar. O roubo de celular existe porque alguém está comprando. Por isso, nós pedimos para que as pessoas tenham consciência e não comprem celular ou qualquer outro produto sem nota fiscal. Ela, ao comprar, não estará tirando vantagem, mas estará alimentando o crime”, afirma.
Kelly orienta também que as pessoas mudem o comportamento ao andar na rua. “Nós pedimos que as pessoas fiquem mais atentas, evitem de manusear o celular e, em caso de roubo, liguem imediatamente para a polícia para repassar as características do assaltante”, aconselha.
Para isso, como a vítima estará sem celular, a orientação é que recorra a um telefone público, peça ajuda para alguém na rua ou num estabelecimento comercial. “A ligação deve ser feita de forma imediata, porque assim a equipe consegue fazer um mapeamento da área. Assim que recebemos a ligação, uma viatura já é deslocada”, garante.