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Cocap registra queda de 50% na coleta de lixo reciclável

DA REDAÇÃO

| Edição de 01 de maio de 2021 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O crescimento do número de coletores independentes tem prejudicado a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Apucarana (Cocap) que, nos últimos meses, registra queda progressiva na qualidade e na quantidade do material coletado. “Antes da pandemia coletávamos entre 200 e 250 toneladas ao mês. Atualmente, o fechamento do mês está na metade disto, ou seja, tivemos uma queda de 50%”, confirma Antônio Roberto Nogueira, coordenador da Cocap.
Tonhão, como é conhecido, diz que a ação de coletores independentes, também chamados de atravessadores, sempre acompanhou o trabalho da Cocap. “Conhecedores do itinerário diário do caminhão oficial de coleta, antecipam-se e retiram os recicláveis de maior valor comercial. Porém, com o advento da pandemia, percebemos uma crescente no número de pessoas atuando no setor, principalmente devido ao desemprego, o que tem impactado no nosso resultado final”, conta o coordenador da Cocap. 
Apesar de classificar como desleal, a cooperativa não criminaliza o trabalho, mas alerta que nem todos executam a função com responsabilidade ambiental. “Uma questão bastante preocupante, pois temos registro de ocorrências de descarte do que “não foi interessante”, em terrenos baldios, fundos de vale e em outros locais indevidos. Muitos moradores também se queixam da forma como deixam as sacolas, rasgadas e até com material lançado ao chão, após retirarem o que desejam”, pontua o coordenador da cooperativa. 
Além da importância ambiental para a cidade, a Cocap é uma iniciativa de cunho social, informa Tonhão. “Temos atualmente 56 cooperados, ou seja, 56 famílias que retiram o sustento do que os nossos caminhões recolhem diariamente. Temos uma grande missão e um compromisso social com a cidade”, destaca. De acordo com ele, todos os cooperados têm recolhido mensalmente a contribuição para o INSS, recebem vale-transporte, café da manhã e da tarde, e almoço diariamente. “A queda na coleta impacta diretamente no lucro, o que prejudica o cooperado”, comenta o coordenador, assinalando que, com a diminuição do trabalho, 15 cooperados concordaram em tirar férias.
A prefeitura acompanha de perto o assunto. “Estamos providenciando um “jingle” para que seja tocado pelo caminhão de coleta. Desta forma, a dona de casa ou quem mais tiver disponibilidade, poderá disponibilizar o material reciclável no horário mais próximo da coleta, evitando a ação dos atravessadores”, comenta Gentil Pereira, secretário Municipal de Meio Ambiente.