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Colheita de soja avança na região de Ivaiporã com perdas de 10%

IVAN MALDONADO IVAIPORÃ

| Edição de 07 de março de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A colheita da soja acelerou bastante no Vale do Ivaí nos últimos dias. No momento, 55% da lavoura foi colhida nas regiões de São João do Ivaí, Borrazópolis e Ivaiporã, enquanto nas áreas que englobam os municípios de Manoel Ribas e Pitanga, a colheita atinge cerca de 24%. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) do escritório regional da Seab em Ivaiporã,  que tem área de abrangência de 22 municípios, a falta de chuva influenciou na produtividade do grão, que tem apresentado quebra de 10%. 

Nesta temporada, os produtores plantaram o grão em área de 303 mil hectares. Conforme o produtor Arlindo Pavesi, que plantou nesta safra  1,2 mil alqueires, até quinta-feira (28) as colheitadeiras estavam paradas. “Estávamos parados há uma semana, aí a chuva parou e não teve carnaval, nem sábado, nem domingo. Até agora já colhemos 800 alqueires e, se o tempo continuar colaborando, devemos colher tudo em uns 15 dias”, comenta.
Com relação à produtividade, ele relata que tem colhido bem menos que na safra anterior. “A produtividade está variando de área para área. Tem área de 90 sacas, outras de 140 e até 180 sacas. Eu acho que vou fazer umas 130 sacas de média. Ano passado colhi 170 sacas por alqueire. Este ano vai ser  de colher mal e vender mal”. 
Pavesi também reclama dos preços de mercado da leguminosa. Na safra 2017/2018, nesta mesma época, a cotação da soja era em torno de R$ 82 a saca de 60 quilos. Ontem na região de Ivaiporã, o produto estava sendo pago ao produtor por volta dos R$ 67. “Vai ficar muita gente no vermelho. Neste preço, o custo de produção com arrendamento é de 110 sacas por alqueire”, relata Pavesi. 
De acordo com o engenheiro agrônomo Fernando Soster, da unidade da Coamo de Ivaiporã os produtores enfrentaram duas estiagens, em dezembro e no início do ano que prejudicaram o desenvolvimento do grão. “A última seca pegou bem o período da granação. Nós ficamos metade de janeiro e metade de fevereiro sem chuva. No mês inteiro de fevereiro choveu 79 mm,  normalmente chove 220 mm. O ponteiro superior da planta ficou com a granação pouco menor que o normal, com menor peso de grãos. Estamos trabalhando com expectativa de 10% de perda. Em média, de 155 deve cair para 140 sacas”. 
Ainda segundo Soster, quando chuvas de dezembro chegaram, o produtor esperava uma perda maior do que está acontecendo. “O que sustenta isso aí é a tecnologia que o pessoal vem usando. Quanto maior a tecnologia, mais a lavoura tolera a estiagem”.