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Demanda por cirurgias bariátricas no SUS cresce 108% na região em um ano

Ivan Maldonado e Adriana Savicki

| Edição de 13 de julho de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O número de cirurgias bariátricas, a popular cirurgia de redução de estômago, realizada pelo SUS cresceu 215% em todo o país entre 2008 e 2017. Na região, graças a popularização do intervenção e mudanças no sistema de encaminhamento, a demanda pela intervenção na rede pública de saúde disparou. Segundo dados da 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana e 22ª RS de Ivaiporã, entre 2016 e 2017, o número de encaminhamentos mais que dobrou na região.

No ano passado, as duas regionais encaminharam 275 pacientes para atendimento em hospitais de referência do estado. O número é 108% maior que o registrado em 2016, que somou 132 encaminhamentos. 
No comparativo com o 2015, o aumento é ainda mais expressivo. Neste ano, as duas regionais encaminharam apenas 9 pacientes. Foi neste ano que o sistema de agendamento foi facilitado. Até então, os pacientes elegíveis para passar pelo procedimento eram avaliados nas regionais e o agendamento de consultas era feito pelo município onde estavam situados os hospitais de referência. Após a adoção do Sistema Estadual de Regulação (Sistema MV), o agendamento é feito no município de origem do paciente.
Conforme Aurora Rodrigues do setor de Tratamento Fora de Domicilio (TFD) da 22ª RS, não existe filas para o agendamento de consultas. No entanto, a realização da cirurgia bariátrica depende de um protocolo. “O paciente vai lá para uma consulta e atendimento ambulatorial, não vai direto para a cirurgia. Se estiver entre os critérios, aí sim são feitos os exames e indicadas consultas para a realização da cirurgia”, comenta Aurora. No ano passado, a regional encaminhou 76 pacientes para consulta nos hospitais de referência do Estado, majoritariamente na cidade de Campo Largo. 

SAÍDA
A cirurgia bariátrica acabou sendo a saída para a massoterapeuta Fatima Silvestrini, de Ivaiporã, que estava num nível mais grave de obesidade com 96 quilos, colocando em risco sua saúde. Segundo ela, desde a cirurgia, ela eliminou 44 quilos. “Tentei reeducação alimentar. Mesmo procurando nutricionista durante muitos anos não conseguia emagrecer. Estava pré-diabética, tinha pressão alta, cansei e decidi pela cirurgia”.
Conforme Fatima, foram mais de seis meses de preparação, diversos exames, acompanhamento médico, cardiologista, psicológico, nutricionista, fisioterapeuta, que a orientaram sobre preparação para a cirurgia, dieta pós-operatória e reposição de vitaminas. “Tudo muito bem preparado e no dia da cirurgia tudo foi tranquilo”. 
Ainda segundo Fátima, após a perda do peso, ela teve que mudar também o estilo de vida. “Agora me alimento melhor, como de tudo, mas com moderação e me sinto muito mais leve no meu dia a dia. Antes da cirurgia eu usava calça manequim 48, hoje eu uso 38, 36 depende da marca. Antes chegava do trabalho cansada, agora tenho mais disposição. Estou muito feliz, sou outra pessoa”, enfatiza.