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Depois de decreto, escola de tiro recebe ‘enxurrada’ de consultas em Arapongas

Renan Vallim

| Edição de 16 de janeiro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Uma das exigências do decreto presidencial assinado por Jair Bolsonaro (PSL) que facilita a aquisição de armas de fogo por cidadãos comuns é a habilitação do comprador em uma escola de tiro. Na região, há apenas uma instituição, em Arapongas, que já vê o movimento aumentar: entre 10 e 15 pessoas visitam o local diariamente, procurando informações sobre o processo. Com duração de até 30 dias, a habilitação custa em torno de R$ 900.

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O novo decreto, assinado anteontem e já em vigor, mantém inalteradas exigências que já vigoravam sobre posse de armas, como a obrigatoriedade de curso para manejar a arma. Em Arapongas, a única escola de tiro certificada da região tem recebido uma ‘enxurrada’ de consultas, que teve início logo depois da confirmação da vitória de Bolsonaro nas urnas. A procura é tão grande que a empresa publicou em seu perfil no Facebook que não tira mais dúvidas através de telefone e mensagens virtuais.
“Muita gente tem se mostrado interessada. Mas este ainda é um setor em que a população não tem muita informação ainda e, por isso, existem várias dúvidas. Preferimos tirá-las na própria escola até para entender o objetivo da pessoa em ter uma arma e poder orientar da melhor forma possível. Além disso, ela já vai conhecendo a estrutura da escola”, afirma Itamar Araújo, um dos proprietários do estabelecimento.
“Temos cursos que ensinam desde os fundamentos mais básicos até o curso com técnicas mais avançadas. Temos instrutor credenciado pela Polícia Federal e cumprimos com todas as normas de segurança”, destaca ele.
Por R$ 900, a instituição auxilia com todos os trâmites burocráticos para conseguir a habilitação, que se assemelha ao exame para dirigir um veículo. É preciso passar por um teste psicológico e duas provas, sendo uma teórica e outra prática. Além do curso, o valor abrange ainda as taxas da Polícia Federal.
A escola funciona também como clube de tiro. Hoje, há aproximadamente 150 filiados de toda a região, que utilizam o ambiente controlado do estabelecimento para atirar com as suas próprias armas ou com as cedidas pelo local.
Com relação ao decreto presidencial, Itamar acredita ser um avanço importante. “O decreto proporciona a compra para aqueles que efetivamente querem ter uma arma em casa. É importante destacar que ainda há critérios que precisam ser seguidos. Não é como nos EUA, que é bem mais fácil adquirir armamento. Não é qualquer um que vai simplesmente entrar em uma loja e levar”, diz.
Além do curso, outras exigências para adquirir armamento são ter ao menos 25 anos, ter ocupação lícita, não estar respondendo a inquérito policial ou processo criminal e não ter antecedentes criminais. Em média, o preço de revólveres vai de R$ 3,2 mil a R$ 4,5 mil. Pistolas custam de R$ 5 mil a R$ 8 mil. Já espingardas vão de R$ 2,5 mil a R$ 8 mil.