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Diversificação é alternativa para driblar quebra da soja

Ivan Maldonado

| Edição de 19 de março de 2016 | Atualizado em 02 de dezembro de 2016

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A quebra na safra de soja reforça um velho alerta dos especialistas em agricultura sobre o risco de se apostar todas as fichas em apenas uma cultura, principalmente nas propriedades menores. Embora, o grão continue a ser um motor essencial da economia no Vale do Ivaí é necessário que o pequeno produtor possa diversificar sua produção.

Imagem ilustrativa da imagem  Diversificação é alternativa para driblar quebra da soja

Segundo o agrônomo da regional do Deral, Sergio Carlos Empinotti, a palavra de ordem no campo hoje é diversificar. “A soja para o pequeno produtor que tem área de até 10 hectares agrega pouco na renda familiar. Quando ocorre uma frustração como essa, ele leva dois anos para pagar os prejuízos, pois não é só o custeio também tem os investimentos. Com a diversificação, além de garantir uma boa renda, o produtor não fica a mercê das variações de mercado de apenas um produto. É também a melhor forma de evitar incertezas do clima, das pragas e doenças”, assinala Empinotti.

De acordo com o presidente da Associação do Mercado da Agricultura Familiar de Ivaiporã, Anivaldo Mendes, uma das dificuldades enfrentadas pelos produtores até pouco tempo era a comercialização dos produtos. No entanto, essa realidade tem mudado na região. “Além dos programas Compra Direta e da merenda escolar temos associações e cooperativas que negociam a produção. Hoje ainda percebo que muitos hortifrútis ainda são buscados fora da nossa região. São produtos que poderíamos estar produzindo e gerando renda aqui”, comenta Mendes.

Os irmãos Maycon e João Cleverson Verenka há três anos optaram pela diversificação de culturas, em uma área de 2,5 alqueires na localidade de Santa Terezinha. Eles têm como atividade a piscicultura, cafeicultura e horta com diversos produtos. “Temos de tudo um pouco e isso nos garante renda mensal”, relata Maycon.

Segundo João Cleverson, que abandonou o emprego como securitário em Arapongas para trabalhar na propriedade da família em sociedade com o irmão, a renda é bem mais compensadora que o emprego na cidade. A renda líquida mensal dos irmãos é em torno de R$ 14 mil. “Jamais conseguiríamos uma renda como essa na cidade”, comenta João Cleverson.

A maior parte da produção dos irmãos Verenka é entregue no Mercado da Agricultura Familiar de Ivaiporã. Outra vantagem é a recuperação rápida com alguma frustação climática. “Nós também tivemos prejuízos com o excesso de chuva. Perdemos praticamente toda a produção de alface, mas já fizemos o replantio e em alguns dias o prejuízo será incorporado no orçamento e estamos tocando a vida para frente”, completa João Cleverson.