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Escolas adotam soluções sustentáveis para gerenciamento de resíduos sólidos

Vanuza Borges

| Edição de 16 de outubro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Onde antes era apenas um barranco, hoje virou uma horta orgânica, que é o orgulho dos alunos da Escola Estadual Professor Francisco Antônio de Sousa, localizada no Núcleo Habitacional Parigot de Souza, de Apucarana. Essa é apenas uma atividade desenvolvida pelo colégio ao longo deste ano dentro do projeto de gerenciamento de resíduos sólidos, que foi lançado em abril deste ano pelo Núcleo Regional de Educação (NRE), de Apucarana, e adotado por todas as 73 escolas, além das Apaes, que estão desenvolvendo iniciativas sustentáveis com os alunos.

Imagem ilustrativa da imagem Escolas adotam soluções sustentáveis para gerenciamento de resíduos sólidos


Na Escola Estadual Professor Francisco Antônio de Sousa, além da horta orgânica, o diretor da unidade, Luiz Rafael Ribeiro Moço, revela que foi instalada uma cisterna, para reutilizar a água da chuva. “É com essa água que regamos a horta e também usamos para a limpeza do colégio. Também incentivamos os alunos a fazer a coleta seletiva, que hoje já se tornou algo natural”, garante.
E quem colocou a mão na massa, ou melhor, na horta, só tem elogios sobre a experiência. Os estudantes, Luana da Silva Martins, 15 anos, Hiago Tibúrcio Fernandes Taras, 13, Thaísa Stefanny Fonseca da Silva, 13, e Felipe Vinícius de Oliveira, 13, junto com os colegas das duas turmas de 8º ano, do período da manhã, deram forma ao projeto. Ao todo, eles utilizaram 27 pneus, que foram usados como suporte para plantar alface, almeirão, cebolinha, pimenta, alecrim e hortelã. “A horta melhorou o ambiente. O visual ficou mais limpo. Em casa também fiz uma horta, mas com garrafas de refrigerante”, diz Hiago.
A inciativa também foi adotada pelas colegas Luana e Thaísa. “Eu também fiz uma horta em casa. Além disso, passei a separar os resíduos”, comenta Luana. Thaísa também garante que passou a separar o lixo em casa. Felipe também garante que a separação de resíduos também passou a fazer parte do dia a dia da família. 
“Hoje em dia, já percebemos que estão mais conscientes. Não só quanto a separação dos resíduos, mas que o alimento não surge na prateleira do supermercado, mas precisa ser plantado e colhido antes de chegar à mesa. Então, esse projeto também visa a valorização do meio ambiente e do agricultor”, comenta Luiz Rafael. O colégio também desenvolveu um sistema de compostagem, para reduzir a produção de resíduos. O composto no final é usado na adubação da horta.
A inciativa de ter uma horta orgânica também ganhou vida na Escola Estadual Tadashi Enamoto, no Núcleo Habitacional Afonso Alves de Camargo, em Apucarana. Segundo o diretor Adilson Franco de Souza, foram utilizados 40 pneus, que foi o suporte para diversas hortaliças,  leguminosas e temperos. “Também implantamos a coletiva seletiva e o papa-pilha, que recebe as pilhas usadas não só da escola, mas também das casas dos alunos”, diz.
Na avaliação do diretor, os alunos envolvidos no projeto, em especial da horta, mudaram o comportamento. “Realizamos esse projeto com duas turmas do 7º ano, que eram bem agitadas. Atualmente, já percebemos que estão mais calmos”, diz.

Nas duas escolas, os alimentos colhidos pelos alunos vão parar na merenda ou são entregues para os estudantes levarem para casa.

Escolas cumprem lei de gerenciamento de resíduos
Cinco meses após o lançamento do projeto “Gerenciamento de resíduos sólidos na escola: responsabilidade de todos nós”, pelo Núcleo Regional de Educação, de Apucarana, que abrange 16 municípios, várias iniciativas foram desenvolvidas pelas escolas. Segundo as coordenadoras do projeto, as professoras Ironice da Fonseca, Norma Salomão e Carla Coccia, a proposta foi adotada por todas a unidades, que apresentam diferentes projetos, além da separação correta dos resíduos gerados.
Na avaliação de Norma, as escolas, a partir deste ano, passaram a cumprir a lei 12.305/10, que trata sobre a destinação dos resíduos sólidos. Ironice acrescenta que os projetos desenvolvidos pelas escolas também contemplam a lei 17505/2013, que institui a política estadual de educação ambiental.
As coordenadoras observam que além da separação dos resíduos, cada escola tem apresentado projetos para atender suas necessidades, que vai deste a hora orgânica, compostagem a reciclagem de óleo de cozinha e reaproveitamento de alimentos. 
Segundo Ironice, todas as 73 escolas regulares, além de Apaes, pertencentes ao NRE, de Apucarana, se mobilizaram, em maior ou menpr grau, para transformar o ambiente escolar. “É um processo gradativo, que não acontece da noite para o dia, mas não podemos desistir, afinal o resultado nas escolas é muito positivo”, avalia.