Um falso caso de rapto de um menino de um ano e seis meses mobilizou a Polícia Civil e a Polícia Militar ontem à tarde em Apucarana. A investigação começou após a mãe da criança, Daiane Firmino, de 19 anos, chegar desesperada na sede da 17ª Subdivisão Policial (SDP), de Apucarana. Duas equipes de investigadores, acompanhadas do delegado-chefe José Aparecido Jacovós e do delegado-adjunto Marcos Rodrigues, saíram imediatamente para reconstituir os passos da mãe. A jovem se contradisse durante o depoimento, acabou admitindo a mentira e acabou autuada por falsa comunicação de crime. Segundo a polícia, a jovem inventou a história para chamar atenção do ex-marido.
Para a polícia, a jovem disse que estava em ponto de ônibus, por volta das 11h30, na Avenida Aviação, no Jardim Colonial, com o seu filho quando teria sido surpreendida por dois homens em um veículo, Gol, de cor preta. Um deles teria descido e tomado o filho a força de seu colo.
Ainda segundo a história da mãe, uma mulher, que também estaria no ponto de ônibus, teria avisado a Polícia Militar. Porém, a PM recebeu uma ligação comunicando um suposto rapto, às 13h30, logo antes de Daiane chegar a delegacia. Esta foi a primeira contradição detectada pela Polícia Civil. Também chamou atenção da polícia a menção dos supostos sequestradores que não devolveriam a criança se o ex-marido dela “não parasse”.
Segundo Jacovós, ao chegar ao ponto de ônibus, a mulher também acabou entrando em contradição. Enquanto isso, a outra equipe foi até a casa da mãe de Daiane, que estava com a criança. “Mesmo com a informação que o menino estava com a avó, ela continuou afirmando a sua versão da história. Neste momento, ela precisa de um tratamento psicológico”, avalia o delegado. A jovem só mudou o depoimento depois de horas da criança estar na delegacia com a avó.
De acordo com Daiane, o motivo de ter inventado a situação foi uma tentativa de se reaproximar do seu ex-marido, do qual está separada há alguns meses. “Eu tenho um filho e estou grávida de novo, de três meses. Preciso que ele me ajude a cuidar das crianças”, disse. A jovem também disse que estava extremamente arrependida. “Peço perdão para todo mundo que prejudiquei”, comentou.
A mãe da jovem, Rosalina Firmino, 55, disse que estava surpresa com a atitude da filha. “Ela disse que precisa deixar o menino comigo, para ir receber um dinheiro dos dias que tinha trabalhado”, revela. Já sobre o estado de saúde da filha, ela diz que: “Depois que eles se separam, ela começou a passar mal. O médico chegou a dizer que ela estava com depressão”, detalha. O caso é acompanhado pelo Conselho Tutelar.