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Febre amarela não altera convívio de moradores com macacos

Vanuza Borges

| Edição de 26 de fevereiro de 2017 | Atualizado em 25 de fevereiro de 2017

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O surto de febre amarela, que teve início na região sudeste, não alterou a rotina das pessoas que moram ao lado do Parque da Raposa, em Apucarana, e diariamente são “visitadas” por macacos. Os moradores, apesar de terem dúvidas sobre o agente transmissor da doença, não deixaram de ter contato com os animais. Em algumas regiões do Brasil houve registro de ataques a primatas motivados por desconhecimento sobre a forma de transmissão da febre amarela.

O pintor Nivaldo da Luz, de 48 anos, mora há 12 anos ao lado da do Parque da Raposa e, não raro, recebe a visita de saguis e macacos-prego. Da janela da casa é possível ver, segundo ele, os animais passando em bando pela mata. “Os macacos sempre passam de manhã e no final da tarde. Eles não fazem mal. Quando estamos aqui, se chamamos, eles comem frutas na nossa mão”, diz. 

Imagem ilustrativa da imagem Febre amarela não altera convívio de moradores com macacos
Moradores do Parque da Raposa são visitados diariamente por macacos (Foto: Nivaldo da Luz/morador)

Sobre a febre amarela, o pintor, após pensar por alguns segundos, diz que não acredita que o macaco seja o transmissor da doença. “Nós, que moramos aqui, ajudamos a proteger a mata e os macacos. Quando vemos que estão abrindo trilhas, por exemplo, denunciamos à polícia. Teve um caso que eu mesmo conversei com a pessoa, que estava abrindo uma trilha, e nunca mais apareceu aqui”, diz.

Nivaldo, que fez várias fotos dos bichos com o seu celular, revela ainda que, além dos macacos, quatis são vistos regularmente na margem da mata e também saem para brincar com as pessoas. O vizinho de Nivaldo, o aposentado Osvaldo da Luz, de 68 anos, também é “visitado” pelos macacos. “Às vezes, eles vêm até no quintal pegar mexerica, quando está madura. Adoram frutas. Tem gente que dá pão, mas não acho certo, porque não comem este tipo de comida na mata”, observa.

Ele também garante que, mesmo com o surto de febre amarela, não mudou a interação com os animais. “Não acredito que transmitem a doença”, diz.
De acordo com a Instituto Fiocruz, especialista no assunto, a febre amarela é transmitida por diferentes espécies dos mosquitos Aedes e Haemogogus, que carregam o vírus de um hospedeiro para outro, principalmente entre macacos, de macacos para seres humanos, e de pessoa para pessoa. 

A diretora da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, Clara Lemes de Oliveira, recomenda que as pessoas que residem próximo a matas, onde existem macacos, por precaução, evitem entrar em contato com os animais, além de manter a vacinação em dia. “E caso percebem a presença de animais doentes ou mortos comuniquem os serviços de saúde imediatamente”, orienta.