Arapongas abriu ontem a primeira edição da MostraMóveis, no Expoara – Centro de Eventos. A feira conta com a participação de 60 expositores, incluindo grandes redes varejistas, e tem como objetivo incrementar as vendas das fábricas locais no segundo semestre do ano. A expectativa do setor é que o evento, que segue até sexta-feira das 15 às 21 horas, incremente vendas em 5% com foco na ampliação de parcerias e negócios entre a indústria moveleira e o setor varejista. Paralelamente, das 8 às 13 horas, acontece o 9º Congresso Moveleiro e as rodadas de negócios com compradores nacionais e com importadores.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), Irineu Munhoz, afirma que a 1ª MostraMóveis tem um caráter mais regional em âmbito interno, com foco nos varejistas do Paraná e da região Sul, diferente do apelo mais nacional da Movelpar – Feira de Móveis do Paraná, realizada de dois em dois anos e que terá sua próxima edição em 2019. No entanto, segundo ele, também estão previstas rodadas com compradores do exterior. “Temos pelo menos 45 compradores de 14 países que vão negociar com 68 empresas exportadoras de Arapongas”, assinala Munhoz.
O empresário destaca também a realização do congresso, como uma grande oportunidade para debater os desafios e também as possibilidades de negócios. “Estão previstas palestras e workshops para melhorar as competências do setor. Somos o município que mais fabrica móveis no País, com 9,3 mil empregos diretos, mas temos ainda a avançar, pensando em melhorar o design dos nossos produtos, de acordo com as necessidades dos consumidores”, afirma.
Marcelo Villin Prado, diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), apresentou ontem alguns dados do setor. Segundo ele, o Brasil é o quinto maior mercado de móveis do mundo, com faturamento e produção na casa dos R$ 62 bilhões. São 430 milhões de peças produzidas por ano, sendo 14 milhões destinadas ao mercado externo. O setor tem 53 mil pontos de varejo distribuídos em 4,4 mil municípios.
Segundo Prado, o mercado de móveis vem se recuperando desde 2017. O impacto da crise entre 2013 e 2016, segundo ele, “atrasou o setor por dez anos”. “A recuperação será lenta, isso não há dúvidas, mas há uma melhora gradativa. O Paraná, principalmente Arapongas, tem uma tradição que serve de legado, mas é importante criar maior atratividade para os seus produtos. Para isso, é preciso investir em design e na renovação dos produtos. As empresas precisam agregar valor e atratividade a seus produtos para conseguir criar uma história própria de crescimento mais expressivo”, assinala. (COM REPORTAGEM FERNANDA NEME)