Os financiamentos imobiliários da Caixa Econômica Federal (CEF), sobretudo pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, estão ficando mais difíceis em Apucarana. De acordo com dados da própria instituição bancária, o ritmo de financiamentos aprovados caiu 25,7% no primeiro semestre deste ano. Financeiras apontam o aumento na burocracia e mudanças nas regras de financiamento como principais fatores para a queda.
Os financiamentos imobiliários vinham em um crescente até 2016, quando a Caixa registrou 544 unidades habitacionais financiadas, somando todas as Cartas de Crédito disponíveis (Minha Casa, Pró-cotista, FGTS e SBPE). Essas unidades somaram R$ 58,2 milhões em investimentos. Em comparação ao ano anterior, houve aumento de 4,8% no número de imóveis financiados e de 3% nos valores.
No entanto, o panorama mudou neste ano. Entre janeiro e junho de 2017, foram 202 imóveis com financiamento aprovado pela Caixa, o que resulta em um investimento de R$ 26,9 milhões neste primeiro semestre. Neste ritmo, o ano deverá fechar com queda de 25,7% de unidades financiadas e redução de 7,4% nos valores financiados.
Auxiliar financeira de uma empresa de financiamentos em Apucarana, Karina Chiarello Denobi aponta que o ‘Minha Casa, Minha Vida’ ainda é o programa que dita o ritmo dos financiamentos. “A maioria dos imóveis financiados é através do programa. Por isso, qualquer mudança, por menor que seja, mexe bastante. O que temos observado é que as exigências estão cada vez maiores para a adesão ao programa”.
O aumento na burocracia é reflexo do aumento no endividamento das pessoas. “Uma das regras do programa é que o valor das parcelas não pode ultrapassar 30% da renda mensal familiar. Antes, muita gente conseguia a aprovação com parcelas perto desse limite. Hoje, o que vemos é que essas aprovações não estão saindo mais com tanta facilidade. Só parcelas bem mais abaixo dos 30% é que estão sendo aprovadas”, diz.
Proprietária de uma financeira que também funciona como correspondente da Caixa, Gilcimara Alves explica que normas internas do banco têm dificultado a situação para quem quer financiar um imóvel.
“Um dos agravantes foi o aumento da taxa de juros média do programa, em 0,5%. Estamos notando também que as entradas estão ficando maiores, o que dificulta muito para algumas pessoas. Outro reflexo é a mudança no perfil dos subsídios. A Caixa está priorizando imóveis mais baratos, rendas familiares mais baixas e famílias maiores. Para se ter uma ideia, o financiamento para alguém solteiro cai em 40%”.
Segundo ela, até a liberação do FGTS pelo governo afetou o mercado imobiliário. O FGTS era o principal ativo para dar entrada em um imóvel. Com a liberação desse fundo, o dinheiro foi para outro lugar”, ressalta