CIDADES

min de leitura - #

Financiamentos imobiliários caem 25%

Renan Vallim

| Edição de 16 de julho de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

Os financiamentos imobiliários da Caixa Econômica Federal (CEF), sobretudo pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, estão ficando mais difíceis em Apucarana. De acordo com dados da própria instituição bancária, o ritmo de financiamentos aprovados caiu 25,7% no primeiro semestre deste ano. Financeiras apontam o aumento na burocracia e mudanças nas regras de financiamento como principais fatores para a queda.

Os financiamentos imobiliários vinham em um crescente até 2016, quando a Caixa registrou 544 unidades habitacionais financiadas, somando todas as Cartas de Crédito disponíveis (Minha Casa, Pró-cotista, FGTS e SBPE). Essas unidades somaram R$ 58,2 milhões em investimentos. Em comparação ao ano anterior, houve aumento de 4,8% no número de imóveis financiados e de 3% nos valores.

Imagem ilustrativa da imagem Financiamentos imobiliários caem 25%
Segundo financeiras, está mais complicado financiar imóveis pela Caixa


No entanto, o panorama mudou neste ano. Entre janeiro e junho de 2017, foram 202 imóveis com financiamento aprovado pela Caixa, o que resulta em um investimento de R$ 26,9 milhões neste primeiro semestre. Neste ritmo, o ano deverá fechar com queda de 25,7% de unidades financiadas e redução de 7,4% nos valores financiados.

Auxiliar financeira de uma empresa de financiamentos em Apucarana, Karina Chiarello Denobi aponta que o ‘Minha Casa, Minha Vida’ ainda é o programa que dita o ritmo dos financiamentos. “A maioria dos imóveis financiados é através do programa. Por isso, qualquer mudança, por menor que seja, mexe bastante. O que temos observado é que as exigências estão cada vez maiores para a adesão ao programa”.

O aumento na burocracia é reflexo do aumento no endividamento das pessoas. “Uma das regras do programa é que o valor das parcelas não pode ultrapassar 30% da renda mensal familiar. Antes, muita gente conseguia a aprovação com parcelas perto desse limite. Hoje, o que vemos é que essas aprovações não estão saindo mais com tanta facilidade. Só parcelas bem mais abaixo dos 30% é que estão sendo aprovadas”, diz.
Proprietária de uma financeira que também funciona como correspondente da Caixa, Gilcimara Alves explica que normas internas do banco têm dificultado a situação para quem quer financiar um imóvel. 

“Um dos agravantes foi o aumento da taxa de juros média do programa, em 0,5%. Estamos notando também que as entradas estão ficando maiores, o que dificulta muito para algumas pessoas. Outro reflexo é a mudança no perfil dos subsídios. A Caixa está priorizando imóveis mais baratos, rendas familiares mais baixas e famílias maiores. Para se ter uma ideia, o financiamento para alguém solteiro cai em 40%”.

Segundo ela, até a liberação do FGTS pelo governo afetou o mercado imobiliário. O FGTS era o principal ativo para dar entrada em um imóvel. Com a liberação desse fundo, o dinheiro foi para outro lugar”, ressalta