A Petrobras anunciou na tarde de ontem mais um reajuste de preços no gás de cozinha, o oitavo do ano. Desta vez, a alta será de 8,9% em todo o território nacional. O reajuste entra em vigor à zero hora de hoje. Nas revendas de gás de Apucarana e Arapongas, o preço do botijão pode ultrapassar os R$ 80. Proprietários dos estabelecimentos da cidade se queixam de mais uma atualização de preços e esperam queda nas vendas.
Ontem, o preço do GLP em botijões de 13 kg era encontrado nas revendedoras de Apucarana e Arapongas custando até R$ 75. Com o reajuste, os botijões devem receber um acréscimo de preço de até R$ 6,67, o que deve elevar os preços a quase R$ 82.
As revendas de gás de cozinha criticaram o reajuste. Ivo Furquim Guerra, proprietário de um estabelecimento em Apucarana, diz que o aumento não chega nem a ser novidade. “Já foram, nesses últimos três meses, cinco altas de preço. O duro é ter que repassar para o consumidor. Ninguém gosta desse aumento. É um absurdo o que o Governo Federal tem feito”, afirma.
Rovilson Borbolato, também proprietário de uma revenda de gás na cidade, afirma que os clientes reclamam bastante do aumento. “O problema é que alguns não entendem que não somos nós quem subimos os preços, é o governo. Já houve queda nas vendas e, se continuar assim, elas vão continuar caindo. Com esse preço, as pessoas poupam mais e, consequentemente, as vendas caem”, ressalta.
COTAÇÃO
De acordo com o anúncio da Petrobras, o reajuste foi causado principalmente pela alta das cotações do produto nos mercados internacionais. Ainda de acordo com a nota, “como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos especialmente por distribuidoras e revendedores”.
Pelos cálculos da companhia, o reajuste não chegará integralmente ao consumidor final. A Petrobras estima que o preço do botijão de GLP P-13 deverá ser reajustado, em média, em 4,0%, ou cerca de R$ 2,53 por botijão. Porém, os donos de revendas de gás consultados pela reportagem não acreditam que as distribuidoras irão repassar menos do que o reajuste total de 8,9%.
O último reajuste ocorreu em 5 de novembro. A alta deste mês será a oitava do ano, acumulando 61,1% de aumento. O gás de cozinha, que no começo do ano era cotado a R$ 60 em Apucarana, começou a apresentar altas a partir de março, quando teve um reajuste de 9,8%.
Dois meses depois, em junho, a Petrobras mudou a política de preços para o produto, que passou a ser reajustado com mais frequência. Junto à mudança veio um novo aumento, de 6,7%. Outros reajustes foram aplicados em julho (4,5%), agosto (6,9%), setembro (6,9%), outubro (12,9%) e novembro (4,5%).