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Gravidez na adolescência tem queda de 16% nos últimos dois anos na região

Renan Vallim

| Edição de 19 de fevereiro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Proporção em relação ao total de partos também diminuiu, segundo
Os casos de gravidez na adolescência estão diminuindo na região. De acordo com dados da 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana, os números vêm caindo desde 2014, não apenas em números absolutos, cuja queda de 16%, mas também em relação ao índice geral de partos. Mesmo assim, especialistas da área afirmam que a orientação e a prevenção ainda precisam ser melhor trabalhadas entre os adolescentes.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera como gravidez na adolescência as mulheres entre 10 e 19 anos. De acordo com os números da 16ª RS, partos nessa faixa etária somaram 925 durante o ano de 2014, o que representou aproximadamente 17,7% do total de partos realizados na região.
Esse número caiu 10,6% no ano seguinte. Foram 827 partos de mulheres entre 10 e 19 anos em 2015, correspondendo a 16% do total de partos. Já no ano passado, a queda foi de 6%, chegando a 777 partos. Esse número corresponde a 15,7% do total de crianças nascidas.
Em números absolutos, o número de partos deste público caiu de 925 casos em 2014, para 777 em 2016, um recuo de 16%.
Se os dados de todo o ano de 2017 se mantiverem na média registrada neste início de ano, a queda deverá ser ainda mais considerável. Até agora foram registrados 67 partos de mulheres entre 10 e 19 anos em 2017, o que corresponde a 13,2% do total. A preocupação neste início de ano é com Bom Sucesso. Dos seis partos no município, quatro foram de adolescentes (66,6%).
Para a coordenadora da Escola da Gestante de Apucarana, Maria Aparecida das Neves, a situação das adolescentes preocupa, mesmo com a redução dos números. “Nós, que trabalhamos diretamente com essas jovens, podemos observar que atualmente existe uma banalização sexual, o que leva a práticas sem a devida proteção, não apenas com relação à gravidez, mas também a doenças sexualmente transmissíveis. Acredito que a orientação hoje ainda é insuficiente. Muitos pais não conversam com seus filhos e também não gostam que as escolas abordem o assunto”, diz.
Segundo ela, a Escola da Gestante tem um tratamento diferenciado com adolescentes. “Elas chegam muitas vezes inseguras, com medo, até por ser uma gravidez de risco. Por isso, tentamos conversar mais, tentar tranquilizar essa futura mãe. São crianças esperando outras crianças”.
A Tribuna conversou com uma jovem de 14 anos que descobriu que estava grávida há poucos dias. “No começo é um susto muito grande. A gente fica desesperada, não sabe o que fazer. Por sorte eu tenho o apoio dos meus pais, porque sem eles eu estaria perdida. Mas sei que muitas não tem”, disse.
A jovem, moradora de um distrito rural de Apucarana, não sabe ainda há quantos meses está grávida, mas diz entender a grande responsabilidade que terá após o parto. “A única coisa que quero é que o bebê nasça com saúde”, ressalta.