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Inquéritos por violência contra a mulher crescem 32% na região

Renan Vallim

| Edição de 04 de fevereiro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O número de inquéritos por violência contra a mulher aumentou 32% em Apucarana em 2018. De acordo com dados da Delegacia da Mulher de Apucarana, o órgão iniciou 380 investigações ao longo do ano passado, uma média de mais de um caso por dia. De acordo com a delegacia, casos de agressão estão aumentando, mas mulheres têm se sentido mais encorajadas a denunciar.

A área de atuação da Delegacia da Mulher de Apucarana compreende os 26 municípios do Vale do Ivaí. Em 2018, os 380 inquéritos instaurados na unidade correspondem, em média, a 1,04 caso por dia, isto sem levar em consideração sábados, domingos e feriados, quando a delegacia não abre. O número total de inquéritos aumentou em 92 casos na comparação com o ano anterior. Foram 288 investigações iniciadas em 2017, uma média de 0,8 inquérito por dia.
De acordo com o delegado Marcos Felipe da Rocha Rodrigues, da 17ª Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana e que responde interinamente pela Delegacia da Mulher, há vários fatores que têm influenciado neste aumento no número de inquéritos. “Há alguns anos, estamos observando um crescimento nos casos de violência contra a mulher, lamentavelmente. Isto, sem dúvida, contribui para o aumento dos dados. Mas existem ainda pelo menos outros fatores importantes”, destaca.

Imagem ilustrativa da imagem Inquéritos por violência contra a mulher crescem 32% na região

Um deles é o encorajamento das mulheres em denunciar seus agressores. “Percebemos um movimento em prol das mulheres vítimas de violência, sobretudo doméstica, iniciado nos últimos anos. A Lei Maria da Penha, criada exclusivamente para estes casos, tem um papel fundamental nesta questão. Mas a rede de proteção que a própria sociedade criou nos últimos anos, divulgando vários casos e incentivando as mulheres a denunciar e sair de ambientes de violência, contribui bastante para o aumento dos inquéritos”, ressalta.

Há ainda um outro fator preponderante, que foi a mudança de endereço da Delegacia da Mulher. Desde janeiro de 2018, a unidade da Polícia Civil que lida com estes crimes passou a atender na rua Professor Erasto Gaertner, 786, região central da cidade.
O novo endereço é de melhor acesso às vítimas, pois está a apenas três quarteirões do terminal urbano, e também possibilita uma melhor interação com os órgãos do Poder Judiciário, Ministério Público, Instituto Médico Legal (IML) e instituto de identificação. “Mais bem localizado, o órgão facilita o acesso às vítimas e agiliza os procedimentos necessários para instaurar o inquérito”, afirma o delegado.
Cabe salientar que a Delegacia da Mulher também é responsável por atuar nos casos de crimes contra as crianças e os adolescentes. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 12 horas e das 13h30 às 17 horas