Além de reclamação das longas filas, a Polícia Militar (PM) de Arapongas registrou anteontem, dia da eleição, oito boletins de ocorrência em que eleitores afirmam não terem conseguido finalizar seus votos nas urnas eletrônicas. Os casos, que ganharam repercussão nas redes sociais, ainda vão ser avaliados pela Justiça Eleitoral, segundo afirmou ontem juiz eleitoral Amarildo Clementino Soares, responsável pela 61ª Zona Eleitoral da Comarca local.
Apesar de ainda não ter sido notificado oficialmente sobre as possíveis irregularidades, ele pediu cautela em relação ao tema. “Nestes últimos dias, em especial no dia da votação, muitas mensagens foram compartilhadas através de redes sociais e aplicativos de celular com informações infundadas, com o intuito de trazer certa insegurança ao pleito. Estamos atentos a isso”, ressalta.
De acordo com o relatório da PM, oito boletins retrataram que problemas em relação ao voto para presidente, que é o último a ser solicitado na urna. As oito pessoas relataram que o sistema da urna eletrônica se encerrava sozinho, antes mesmo da confirmação dos votos.
De acordo com o juiz, os casos foram registrados pela PM e também pela ata oficial existente em cada local de votação. Segundo ele, a análise dos casos será minuciosa. “Fui informado dos casos, mas não ainda de maneira oficial. Em um universo de 400 eleitores, em média, para cada seção eleitoral, a existência de uma reclamação apenas pode ser considerada um problema pontual”, afirma.
O juiz ainda comentou a demora relatada por vários eleitores para votar. “Em alguns locais de votação, houve muitas filas, causando certa impaciência para o eleitor. Vamos estudar para que, no próximo pleito, daqui a dois anos, não passemos mais por isto. Acredito que a maior causa de demora foi o número de votos e a biometria, que estreou na comarca. Mesmo assim, em alguns locais pode ser necessário trocar eleitores de seções”, destaca.
Arapongas foi uma das últimas cidades do Paraná a encerrar a apuração. Com relação ao atraso na transmissão dos dados do município para o Tribunal Superior eleitoral (TSE), ele apontou um problema de logística. “Tivemos dificuldades na transmissão de dados de algumas urnas. Quando isto acontece, os aparelhos precisam ser levados até o Fórum Eleitoral para extração dos dados. O problema foi que a empresa que transporta os equipamentos atrasou, ocasionando a demora na apuração”.
Em Arapongas, quatro pessoas foram presas por boca de urna e uma mulher foi presa por lesão corporal. Ela teria agredido uma mesária no Colégio Municipal Papa João Paulo II, após a vítima segurar a mão do seu marido para biometria. Um eleitor também declarou que ao chegar no colégio eleitoral para votar foi informado que já havia votado. O caso também será investigado pela Justiça Eleitoral.
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