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Lavouras na região sofrem com mais de 60 dias sem chuvas

Renan Vallim e Ivan Maldonado

| Edição de 11 de agosto de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A falta de chuvas registrada na região, que já dura mais de dois meses, tem prejudicado a agricultura. A cada dia sem chuva, os produtores contabilizam mais prejuízos em praticamente todas as lavouras, como trigo, café, hortaliças, milho e pastagens. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), as perdas já são irreversíveis em algumas culturas.

Imagem ilustrativa da imagem Lavouras na região sofrem com mais de 60 dias sem chuvas
Produtores de hortaliças aumentam a irrigação, elevando o custo de produção | Foto: Ivan Maldonado

Sergio Carlos Empinotti, agrônomo do Deral de Ivaiporã, afirma que a última chuva significativa aconteceu há mais de 60 dias, no dia 5 de junho. “Em julho tivemos apenas 2,8 mm e agora em agosto não tivemos chuva ainda”.
Por conta da seca, o Deral reduziu previsão de colheita do trigo, que inicialmente estava estimada em 130 sacas por alqueire, para menos de 100 sacas. “A qualidade também está caindo bastante. De 30% a 40% da área plantada que está em fase abaixo de floração corre o risco de perda de até 100%”, comenta Empinotti.
O café, embora tenha tido boas precipitações no início da colheita, está obtendo um terço a menos que a previsão inicial. “Efeito também da geada. Quem esperava colher 1,4 mil quilos está colhendo 1 mil”. Até o milho que está sendo colhido na região terá uma perda de aproximadamente 8%. “Mesmo assim, a colheita é melhor do que no ano passado”, destaca. 
A avaliação do Deral de Apucarana também aponta do trigo é a cultura mais prejudicada na região. 
“As lavouras mais novas sofrem mais. Cerca de 85% do trigo da região está em estágio de desenvolvimento vegetativo, floração ou frutificação. Perdas acontecerão, isto é certo. Só não temos como saber ainda a porcentagem”, afirma Adriano Nunomura, técnico do Deral, que destaca que o preço do  cereal não ajuda/
As pastagens também são prejudicadas com o clima seco. “Elas sofreram recentemente com a geada e, agora, sofrem com a estiagem. Com a baixa produção de massa verde, o produtor de gado precisa utilizar suplementação alimentar, o que encarece a produção”, afirma Nunomura.
Já o milho não é tão afetado, por estar em um ciclo de desenvolvimento mais avançado. A seca, inclusive, favorece o café e a cana-de-açúcar, que estão atualmente em fase de colheita.

IVAIPORÃ
A falta de chuva e o calor dos últimos dias começam a causar prejuízos também para os produtores de hortaliças. Nunomuro destaca que a estiagem obriga os produtores de hortaliças a aumentarem a irrigação, elevando os custos de produção. “Nesse caso, os produtores acabam tendo que absorver o prejuízo para se manterem competitivos contra as hortaliças de outras regiões”.
O produtor de hortaliças de Ivaiporã Antônio Zeferino, vem sentindo no bolso o custo da estiagem. “Temos que irrigar pelo menos duas vezes por dia. O custo com a irrigação ficou mais alto, pois a bomba que puxa a água de uma represa próxima é movida a energia elétrica, e mesmo assim as verduras não saem bonitas como deveriam”, assinala.