Mais de 2,5 mil alunos da rede estadual de educação da região são considerados estudantes ausentes das aulas em educação à distância. A falta de comprometimento dos alunos com o sistema de ensino adotado durante a pandemia do novo coronavírus, responsável pela suspensão das aulas presenciais em março, vem preocupando o Núcleo Regional de Educação de Apucarana (NRE), que está acionando o Ministério Público e Conselhos Tutelares para tentar orientar familiares e responsáveis por esses estudantes.
Anteontem, a chefe do NRE de Apucarana, Cristiane Cesária Pablos Rossetti, comandou uma reunião online com os promotores da Vara da Infância e Juventude de Apucarana, Fabiana Pimenta Soares, e Arapongas, Marcos Vinicius Pesenti e conselheiros tutelares.
Durante a reunião, de acordo com a professora Cristiane Cesária Pablos Rossetti, os profissionais foram informados sobre o sistema de trabalho que professores e alunos da rede estadual de ensino vêm realizando, com atividades não presenciais e reforçar a necessidade de conscientização e resgate dos estudantes que não estão participando das atividades não presenciais.
Segundo dados do NRE de Apucarana, os 16 municípios têm um total de 61 escolas, com 32 mil alunos da rede estadual de ensino. Deste total, aproximadamente 8%, ou seja, mais de 2,5 mil são ausentes. Apenas em Apucarana, 720 estudantes não tiveram nenhum tipo de participação nas aulas não presenciais, segundo os dados levantados pelo núcleo. “As escolas têm feito um intenso trabalho na busca ativa desses alunos, por meio de telefone, fazendo propagandas em carros de som, no dia da distribuição dos kits de merenda escolar, dentre outros”, explica a chefe do núcleo, destacando que, mesmo assim, esses alunos não registraram nenhuma participação. “Esses estudantes não acessaram as ferramentas de ensino não presenciais disponíveis, como canais de televisão, Classroom, YouTube, o aplicativo “Aula Paraná” ou atividades impressas”, ressalta.
PROMOTORIA
Para a promotora da Vara da Infância e Juventude de Apucarana, Fabiana Pimenta Soares, o número é expressivo. “É grande o número de estudantes que ainda não acessou as aulas online. Por isso, teremos que explicar para pais e alunos que as horas-aula serão consideradas para o ano letivo. Além disso, as faltas serão contabilizadas e o aluno poderá ser reprovado pela ausência. Ainda existe uma crença da população que este é um período de férias escolares, mas não é”, complementa.
A promotora acredita que as causas preponderantes das faltas sejam a falta de suporte da família, associada ao desinteresse do aluno, além da falta de conhecimento sobre as consequências da infrequência e também a falta de estrutura da família agravada pela situação de pandemia.