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Meta de vacinação contra sarampo não é atingida desde 2015 na região

CINDY SANTOS

| Edição de 10 de agosto de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Há quatro anos, a 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana não cumpre a meta da cobertura vacinal de sarampo. Levantamento mostra que a região ultrapassou o índice em 2015, com 104,43% de vacinação do público alvo - crianças entre 1 a 2 anos de idade. Contudo nos anos seguintes, os números ficaram abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, de 95%. A preocupação com a vacinação aumentou após a confirmação do primeiro caso da doença no Paraná, após 20 anos. 

Em 2016, a região imunizou 87,48% das crianças. No ano seguinte, o índice caiu para 86,41%. Em 2018, após uma maior mobilização nacional sobre o assunto, o percentual cresceu para 91,77%, ainda abaixo da meta.
Os dois maiores municípios da região, Apucarana e Arapongas, não alcançam o índice há quatro anos, quando atingiram 107,6% e 101,2% de cobertura respectivamente, juntamente com Faxinal (107,5%) e Jandaia do Sul (95,86%) que vacinaram 107,5% e 95,86% do público alvo, em 2015. 
No ano passado, apesar do aumento do índice de imunização, dos 17 municípios da área da 16ª RS, sete atingiram a meta: Bom Sucesso, Cambira, Grandes Rios, Marilândia do Sul, Marumbi, Novo Itacolomi e Rio Bom. 
Coordenadora do programa regional de imunização da 16ª RS, Anelize Sassa Brizola, observa que muitas pessoas deixam de se vacinar, buscando a prevenção somente quando há risco iminente. “Houve um tempo que estávamos com ótima cobertura vacinal, porém a população foi esquecendo e deixando de se vacinar, o que influenciou a entrada da doença no Brasil novamente”, afirma. 
De acordo com ela, também há um crescente movimento que prega a ideia da antivacina. “Existe uma ideia de que a vacina causa de possíveis eventos graves. Porém, as estatísticas comprovam que os benefícios da vacina são bem maiores do que as reações adversas”, afirma. 

Esquema vacinal pode incluir adultos 
Anelize Sassa Brizola explica que o esquema vacinal consiste em 1 dose em crianças com 1 ano de idade e outra aos 15 meses. Pessoas de 5 a 29 anos, para serem consideradas imunizadas, precisam ter tomado duas doses da vacina. Caso não sejam vacinadas ou apresentem esquema vacinal incompleto, é preciso procurar o serviço de saúde para ser vacinado. 
Pessoas com 30 a 49 anos precisam ter uma dose da vacina para serem consideradas imunizadas. E caso não sejam vacinadas, também precisam procurar o serviço de saúde. Já os profissionais de saúde devem ter duas doses da vacina para serem considerados imunizados, independente da faixa etária. 
Segundo a coordenadora, o Ministério da Saúde recomenda que as crianças de seis meses até um ano que vão se deslocar para municípios com surto ativo de sarampo devem ser vacinadas contra a doença pelo menos 15 dias antes da data da viagem. “Essa dose da vacina não será considerada como rotina, de modo que aos 12 meses e 15 meses de idade ela deve receber novas doses”, explica. Outras pessoas que vão viajar também devem conferir se a vacinação está em dia. A doença, que matava mais de 2 milhões de crianças por ano no mundo na década de 1990, foi erradicada no Brasil em 2001. Neste ano, o país perdeu o certificado da eliminação do sarampo, cedido pela Organização Panamericana de Saúde (Opas).