A transferência de alunos da rede particular para a pública vem preocupando a educação do Paraná. De acordo com um levantamento da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte, cerca de 7 mil alunos migraram do ensino privado para o público. Devido à crise financeira causada pela pandemia do novo coronavírus, muitas famílias têm retirado seus filhos de escolas da rede particular. O problema maior, segundo a Secretaria, é que várias delas não estão matriculando a criança ou adolescente em outra instituição, deixando-os sem ensino.
Segundo Cristiane Cesaria Pablos Rosseti, chefe do Núcleo Regional da Educação (NRE) de Apucarana, apenas 14 alunos da rede particular pediram transferência para escolas públicas até o momento. “Consideramos essa taxa baixa. O aluno da rede particular de ensino tem garantia de encontrar vaga na rede estadual. Basta procurar na escola mais próxima de sua residência. Se por ventura não houver vaga naquele estabelecimento, direcionamos para a instituição mais próxima que haja vagas”, explica.
Alunos da rede particular que tem preferência por uma determinada escola, de acordo com a chefe do NRE, deverão procurar a instituição e inserir o nome no cadastro de espera de vaga escolar. “Porém, infelizmente isso não é garantia de vaga nesta escola em específico, pois trata-se de uma lista de espera. Por isso a preocupação. Temos receio que esse aluno fique sem estudar por um longo período”, ressalta.
Cristiane aconselha o responsável pelo estudante a confirmar a matrícula na escola mais próxima de sua residência com vagas e, no futuro, se a escola de preferência chamar o cadastro de espera, a transferência poderá ser realizada. “Desta forma, o aluno não deixa de estar inserido em uma escola, nem fica ocioso durante o período de aulas online e de pandemia”, acrescenta.
PARANÁ
A preocupação não fica restrita à região do NRE de Apucarana. Este movimento tem acontecido em todo o Paraná, que registrou cerca de 7 mil alunos vindos do ensino privado desde o início da pandemia, segundo a SEED. Para acolher estas famílias, a Secretaria da Educação reforçou o trabalho nos núcleos regionais, que estão divulgando uma nova ferramenta online para ajudar as famílias que desejam transferir os alunos para o ensino público.
Anteriormente, o pai tinha que ir até à escola de seu interesse. Agora, o responsável pode acessar a página da Secretaria de Estado de Educação e resolver tudo online. De acordo com a diretora de Planejamento e Gestão Escolar, Adriana Kampa, a intenção é tornar mais prático o sistema de matrículas sem a necessidade do pai ou responsável se dirigir fisicamente à escola. “Para administrar melhor essa demanda, produzimos páginas de acesso por núcleos regionais para otimizar esse atendimento, mantendo as orientações de saúde e isolamento social”, diz.