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Ministério da Saúde suspende vacinação de adolescentes sem comorbidades

DA REDAÇÃO

| Edição de 17 de setembro de 2021 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O Ministério da Saúde  retirou, por meio de nota informativa na noite de anteontem, os adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades da lista de grupos cuja vacinação contra a Covid-19 é recomendada. 

Na nota, o ministério elenca seis pontos para justificar a decisão de não imunizar adolescentes. Segundo o ministro Marcelo Queiroga, um dos pontos é que foram identificados 1,5 mil eventos adversos em adolescentes imunizados. A previsão era que a vacinação deste grupo tivesse sido iniciada anteontem. No entanto, segundo o MS, cerca de 3,5 milhões de adolescentes em todo país já foram vacinados.
Com a nova normativa, devem ser vacinados só os adolescentes com comorbidades ou privados de liberdade. O uso da vacina da Pfizer nesta faixa etária foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 
No Paraná, a imunização deste grupo ainda não tinha sido iniciada. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) afirmou que aguarda o posicionamento definitivo sobre a aplicação de doses em adolescentes. ‘A Sesa está seguindo rigorosamente o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e qualquer iniciativa que esteja desalinhada com as suas diretrizes implica em desorganização da estratégia de vacinação’, diz a nota. 
Segundo o secretário de Saúde, Beto Preto, a secretaria foi surpreendida pela medida adotada pelo ministério. Ele também pediu que os municípios mantenham-se dentro do PNI. “Mas quero fazer um alerta, precisamos trabalhar juntos. Só podemos avançar se tivermos confiança que teremos as doses necessárias para poder vacinar os adolescentes. O ministério é quem compra as vacinas”, comentou.
Para o secretário de Saúde de Apucarana, Emídio Bachiega, a determinação não altera em nada o esquema adotado, já que a vacinação dos adolescentes ainda não começou. “Respeitamos o Plano Nacional de Imunização. Pela portaria, poderíamos ter começado hoje (ontem). O problema são as cidades que já começaram a vacinas adolescentes”, diz Bachiega. 
Contudo, o secretário lamenta que os apucaranenses com idades entre 12 e 17 anos terão de esperar para receber a imunização. De acordo com o ele, o município tem 15 mil jovens nesta faixa etária. “Fico muito triste porque queria que todos os adolescentes fossem vacinados, mas neste momento o Ministério da Saúde acha mais importante vacinar os que tem comorbidades. Assim que recebermos mais doses, vamos seguir estas orientações”, assinala.  O secretário acredita que o ministério deve rever esta determinação.

INTERVALO
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também recuou ontem em relação ao intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina AstraZeneca. Após anunciar a redução do intervalo da aplicação entre as doses do imunizante de 12 para 8 semanas, o ministro informou  será mantido o intervalo maior, em 12 semanas.