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Motos representam quase metade dos acidentes em Apucarana e Arapongas

Aline Andrade

| Edição de 23 de julho de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Apesar se serem minoria em número no trânsito, as motocicletas são as campeãs nos registros de acidentes. Na região, as motos representam menos de 20% da frota, no entanto, estão envolvidas em quase metade dos acidentes registrados. Dados levantados em Apucarana e Arapongas apontam que as motos estão envolvidas em 45,3% dos acidentes. 
Os números, fornecidos pela PM e Guarda Municipal incluem apenas os acidentes na área urbana que tiveram acompanhamento das corporações. 

Imagem ilustrativa da imagem Motos representam quase metade dos acidentes em Apucarana e Arapongas


Em Apucarana, dos mais de 82 mil veículos registrados no Departamento de Trânsito do Paraná (Detran), apenas 13.700 são motocicletas, o que representa 16% do total. Mesmo assim, somente no primeiro semestre de 2019, foram registrados 455 acidentes, dos quais 201 envolveram motociclistas. O número representa 44% do total. 
Para o superintendente do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana (Idepplan) Carlos Mendes, o número de motos no trânsito cresceu muito nos últimos anos e a tendência é aumentar cada vez mais. Isso, aliado a irresponsabilidade dos condutores, faz com que esse número de acidentes seja tão alarmante. “Percebemos hoje em dia que a maioria das pessoas que andava a pé ou de bicicleta há alguns anos, hoje tem uma moto e o número de motos no trânsito cresce cada vez mais. O que acontece é quem nem todas essas pessoas fizeram a habilitação para poder conduzir seus veículos”, disse. 
“A questão do trânsito só vai mudar quando a cultura da população mudar, não é somente respeitar a legislação e a sinalização, mas também, é preciso ter consciência”, afirmou. 

ARAPONGAS
Em Arapongas, o cenário é o mesmo. As motocicletas representam apenas 17% dos mais de 83 mil veículos registrados pelo Detran, mas, elas estão envolvidas em 46% dos acidentes registrados no município. No primeiro semestre, foram registrados ao todo 511 acidentes de trânsito no perímetro urbano. Destes, 237 envolviam motocicletas. Em um desses casos, o motociclista morreu no local do acidente. 
Para o tenente Jeferson Felipe Claro Schelbauer da 7ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) de Arapongas, a imprudência é responsável por grande parte dos acidentes. “Verificamos que há muita irresponsabilidade por parte dos condutores. A velocidade acima dos limites, avanços de preferencial e o avanço nos sinais vermelhos são na maioria das vezes os fatos que culminam em acidentes. Outra situação recorrente que verificamos é que em muitos dos casos de atendimentos de acidentes envolvendo motociclistas, os condutores não têm a habilitação adequada para condução da moto, outros nem são habilitados”, conta. 
O tenente acredita que a conscientização dos condutores é fator determinante para que o número de acidentes possa diminuir na cidade. “Os motociclistas precisam se lembrar que em caso de acidentes, eles têm uma exposição muito grande, os ferimentos geralmente são de maior gravidade. Por isso, respeito e cidadania são fundamentais, não apenas respeitando as normas de trânsito, mas também a boa convivência, oferecendo mais gentileza, tudo isso vai tornar nosso trânsito mais seguro”, ponderou. 
“Os motoristas de outros veículos também devem estar sempre olhando nos retrovisores, atentos principalmente nos momentos de realizar conversões, que são os momentos mais propícios a acidentes. A polícia militar realiza regularmente blitz educativas sobre segurança no trânsito, tanto para motociclistas como para condutores e pedestres em geral, com o objetivo de diminuir os acidentes em perímetro urbano”, finalizou.