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Mulheres rurais apostam em rede de economia solidária

Da Redação

| Edição de 08 de março de 2019 | Atualizado em 07 de março de 2019

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Implantado há cinco anos como forma de incentivar a capacitação e geração de renda, o programa Economia Solitária da Secretaria Municipal da Mulher e Assuntos da Família ganhou um novo ramo de atuação na zona rural. A iniciativa começou no ano passado quando um grupo de cinco produtoras rurais – a maioria da região do Barreiro – participaram do curso de capacitação. Elas melhoraram sua forma de trabalhar, encontraram canais de venda direta aos consumidores e viram seus rendimentos aumentarem.

Os locais de comercialização sãos as duas feiras que o programa realiza semanalmente nos núcleos habitacionais João Paulo e Adriano Correia e um ponto de venda na Praça do Redondo.
Cleide Marli de Lacerda, da Chácara Nossa Senhora Aparecida, na Estrada do Bilote, atua diretamente no preparo da terra, plantio, colheita e comercialização. A variedade da produção pode ser medida pelo fato de ela utilizar completamente os dois hectares da sua propriedade. Tem pomar com laranja, acerola, abacate, mexerica, lichia, jaca, pitanga, limão taiti e rosa, carambola e banana. Há ainda plantação de milho, quiabo e a horta tem espaço para três tipos de alface, pimenta, entre outras verduras e legumes.
Um dos diferenciais de Cleide é o café moído na hora. “Produzo, torro e faço a moagem na frente do freguês”, detalha a produtora, que ainda tem um lugar reservado em sua barraca para a venda plantas suculentas e orquídeas.
Nadir Machado Norbiato, também moradora do Barreiro, é conhecida por ter uma excelente mão de confeiteira. Sua bolacha artesanal feita um dia antes da venda é um sucesso nas duas feiras. “Só de bolachas de pinga vendo cerca de 30 pacotes por dia e ainda faço bolacha de nata, cocada de leite em pó, fatias húngaras e bolinho de chuva”, comenta.
Já Irene Rampazo Machado, da chácara Santo Antonio, também na estrada do Barreiro, diversifica sua comercialização entre produtos que saem da sua cozinha - como pães e bolos - e da sua horta, que produz quiabo, mandioca, milho, abobrinha, feijão e tomate. “Antes precisávamos ir a Mandaguari para vender nossos produtos agora tenho uma barraca garantida nas feiras da economia solidária. É uma segurança para termos essa importante fonte de renda, essencial para manutenção da nossa casa”, afirma.
Luzia Alípio Ferreira Machado, por sua vez, encontrou na feira de economia solidária o local que procurava para começar a vender muitos produtos que cultiva como batata doce, milho, quiabo, mandioca, laranja, poncã e verduras. “Fiz a capacitação e hoje faço parte desse projeto que está fazendo a diferença na vida de muitas mulheres, como eu”, declara.

Produção orgânica
Leninha Gomes é a única do grupo que vive em outra região da cidade, no sítio Barra Nova, na saída para Curitiba. As verduras e legumes que vende às segundas-feiras, na Praça do Redondo, são de produção orgânica certificada. Ela vende tomate, almeirão, rúcula, alface americana, crespa, lisa e roxa, beterraba, cebolinha e morango. “Os planos de expandir sua produção são muitos, em especial devido ao incentivo que encontraram na rede de mulheres solidárias, a responsável pelo local em que estão vendendo seus produtos”, destaca Leninha.
A secretária da Mulher e Assuntos da Família, Denise Machado, destaca que as cinco mulheres são um exemplo a ser seguido. “É muito gratificante desenvolver um projeto do alcance social e econômico como esse. Os resultados nos estimulam a seguir em frente, buscando alcançar um número cada vez maior de mulheres”, afirma Denise.
Segundo Denise, o exemplo das empreendedoras da zona rural é uma forma homenageia, no “Dia da Mulher”, as 815 integrantes da rede de mulheres solidárias de Apucarana.
O prefeito Junior da Femac enaltece os resultados alcançados pelo programa. “Esta iniciativa valoriza o protagonismo feminino em Apucarana, empoderando as mulheres. E, com mérito, o programa já foi premiado em âmbito estadual”, destaca Junior.