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Na segunda fuga em três meses, 18 presos escapam da cadeia de Ivaiporã

Ivan Maldonado

| Edição de 10 de julho de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Dezoito presos escaparam na madrugada de ontem da Cadeia Pública de Ivaiporã. Os fugitivos escaparam por um túnel saiu em frente ao Instituto de Identificação do Paraná, que fica anexo a 54ª Delegacia Regional de Polícia. Até o final da tarde, a Polícia Militar (PM) havia recapturado três fugitivos. Esta foi a segunda fuga na unidade em apenas três meses. 
O número de fugitivos foi divulgado no final da tarde, após agentes da Seção de Operações Especiais (SOE) de Londrina entrarem na cadeia para recontagem de presos e varredura. A fuga aconteceu por volta das 5 horas. 

Imagem ilustrativa da imagem Na segunda fuga em três meses, 18 presos escapam da cadeia de Ivaiporã


Conforme o delegado Gustavo Dante, os presos cavaram um túnel de aproximadamente 10 metros, ao lado de um túnel concretado em abril, quando oito detentos conseguiram também escapar da unidade. A Cadeia de Ivaiporã abriga atualmente 181 presos e tem capacidade para apenas 32. 
O delegado considera a condição caótica e confessa que nessa situação é “humanamente impossível impedir tais fugas”. Ele relata ainda, que no ano passado, uma ação civil pública concedeu uma liminar para reforma da cadeia, no entanto acabou cassada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. “Estamos de mãos atadas.”, lamentou o delegado.
A Polícia Militar recapturou três foragidos, dois deles Fernando Marcondes Mendes, 25 anos e Luciano dos Santos Silva, 27 anos na Vila Santa Maria, em Ivaiporã. Na localidade de Monte Alto, em Lidianópolis, a PM localizou e prendeu o fugitivo, Jonathan Renato Nascimento dos Santos, 20 anos. 
Durante a recontagem, os presos foram transferidos para o solário e foi executada concretagem do túnel e a revista de objetos ilícitos. Foram localizados diversos aparelhos celulares, estoques, e ferramentas artesanais para escavação de túneis.

SITUAÇÃO
A Cadeia de Ivaiporã possui 10 celas, porém com o excesso de presos e depois de duas rebeliões, as portas das grades e solários foram arrancadas. Para melhorar a segurança e dar melhores condições de vida aos detentos na Cadeia Pública de Ivaiporã, em 2016 o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) se mobilizou e garantiu recursos para executar reformas na infraestrutura na carceragem. 
De acordo com Celso Gomes, presidente do Conseg, a reforma só não aconteceu por falta de transferência dos presos condenados. Seria executada a troca do piso da carceragem por concreto usinado reforçado com chapas de aço galvanizado, pinturas das paredes, melhorias da instalação elétrica e hidráulica. “É um caso muito sério que vem se arrastando há mais de 10 anos. O que acontece aqui é um risco para os funcionários da delegacia, para os agentes, para a população e também para os moradores que residem nos arredores da delegacia”, comenta.