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Número de acidentes de trabalho com óbito tem queda de 77% na região

ALINE ANDRADE APUCARANA

| Edição de 21 de maio de 2019 | Atualizado em 20 de maio de 2019

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A região está registrando menos mortes por acidentes de trabalho. Levantamento referente ao primeiro quadrimestre de 2019 feito pela 16ª Regional de Saúde de Apucarana aponta a ocorrência de dois óbitos, contra 9 no mesmo período do ano passado, uma queda de 77%. 
Em Apucarana, o número caiu pela metade: 2 mortes por acidente de trabalho registradas nos 4 primeiros meses de 2018, contra 1 registro no mesmo período de 2019. Em Arapongas o número é ainda mais expressivo: foram 4 mortes de trabalhadores no primeiro quadrimestre de 2018 contra nenhum registro neste ano.
Para o chefe do setor de Vigilância em Saúde da 16ª RS de Apucarana Marcos Vinicius Oliveira da Costa, mobilizações em datas pontuais, como Abril Verde para conscientização de acidentes de trabalho e o Maio Amarelo para conscientização no trânsito, aliadas a um constante trabalho preventivo, ajudam a reduzir esses números.
“O que nós observamos é que temos intensificado ações na saúde do trabalhador, principalmente extensões preventivas, priorizando atividades mais vulneráveis a acidentes de trabalho, como construção civil, frigoríficos e trânsito, onde acontecem os chamados acidentes do percurso, é nessas áreas que está sendo realizado um trabalho mais intensivo”, afirma.
Costa revela que o trabalho na área da prevenção tem uma receptividade muito boa das empresas, que buscam cada vez mais desenvolver um trabalho junto com a área de vigilância em saúde, proporcionando palestras e orientações preventivas aos seus colaboradores.
Francielle de Oliveira é técnica em segurança do trabalho há 13 anos. Atualmente, ela lidera uma equipe de 600 funcionários em uma empresa têxtil de Apucarana. Para ela, as causas de acidentes no ambiente corporativo envolvem dois fatores principais: as condições de trabalho que a empresa propicia e o comportamento humano. Este segundo fator seria o principal. “O comportamento é o que mais influencia, aquele minuto de bobeira, é onde acabam acontecendo os acidentes”, relata.
De acordo com ela, estes números mostram que as grandes empresas estão mais conscientes e propiciando um ambiente mais seguro aos funcionários. “Treinamentos, cursos, equipamentos de segurança não são gastos mais sim, investimentos e as empresas estão mais atentas para isso”, acredita.
“A principal medida para evitar os acidentes, que podem ser fatais, é a informação. Realizar treinamentos, medidas de prevenção, orientar os trabalhadores a como utilizar o equipamento e as consequências de não usar, tudo isso influencia. Aqui na empresa ficamos em cima, muitos têm uma certa resistência e não usam o tempo todo, então cabe a nós do setor de segurança identificar esses problemas e trabalhar a conscientização”, afirma Francielle.

CONSTRUÇÃO CIVIL
Engenheiro de segurança há mais de 20 anos no ramo da construção civil, Elizeu Gheller atualmente é responsável pela segurança no trabalho de uma construtora com sede em Arapongas. Para ele, as frequentes fiscalizações do Ministério do Trabalho e um aumento da conscientização de empresas e empregados, tem mudado o cenário dos acidentes na região.
“Percebemos que hoje em dia, as empresas dão uma prioridade maior para a segurança do trabalho, cumprindo as leis, seguindo as normativas e indo além daquilo que é obrigatório. Principalmente na área da construção civil, estamos vendo mais investimentos em equipamentos individuais e coletivos, cuidado com o ambiente das obras e um trabalho forte de conscientização junto aos trabalhadores”, afirma.