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Paraná tem 38,7% da população em isolamento social, aponta boletim

CINDY SANTOS APUCARANA

| Edição de 15 de maio de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Boletim conjuntural divulgado ontem pelas secretarias de Planejamento e Projetos Estruturantes e da Fazenda, mostra que o Paraná vem reduzindo o  índice de isolamento social. Atualmente o índice é de 38,7%. Entretanto, do ponto de vista da Saúde, autoridades consideram que as recomendações de prevenção da Covid-19 estão sendo respeitadas e que estas atitudes podem ajudar a manter os números sob controle. 

De acordo com o relatório, 38,7% da população do Estado está em casa. O índice é o menor da região sul. Em Santa Catarina, o isolamento atinge 38,9% e 41,2% no Rio Grande do Sul. O número foi calculado em 10 de maio com base nas informações de geolocalização dos celulares. Entre o final de março e o começo de abril, o Paraná chegou a ter mais da metade da população em isolamento social.
O médico Altimar Carletto, chefe da 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana, analisa que embora o índice de isolamento social esteja baixo, o Paraná está entre os estados com melhores condições em termos de enfrentamento da Covid-19, além de ter uma população bastante envolvida em relações às medidas para prevenção da doença. 
“Isso tem relação com a precocidade com que o Estado fez esses alertas de isolamento social e agora começamos a perceber uma liberação maior por parte das prefeituras o que fez as pessoas saírem às ruas”, observa. 
De acordo com Carletto, é certo que o número de casos aumentará, contudo avalia que a população tem respeitado as exigências para prevenção da Covid-19 e que isso poderá manter os números sob controle. “O uso de máscaras, o distanciamento social e uso de álcool gel têm sido satisfatórios. Praticamente 100% das pessoas estão usando máscaras nas ruas”, afirma. 
Por outro lado, o chefe da 16ª RS confirma que quanto mais pessoas estiverem circulando nas ruas, maior a probabilidade de transmissão pelo novo coronavírus. “Vamos verificar o resultado deste maior movimento de pessoas nas ruas com o passar das semanas. Normalmente o reflexo ocorre em duas a três semanas. Mas isso não quer dizer que vai acontecer. Como a população tem se portado de maneira exemplar, penso que não vai impactar tanto assim. Quanto mais a população estiver ciente da necessidade de distanciamento e do isolamento, quando for o caso, teremos o índice controlado”, assinala. 
Na opinião do médico, o impacto será menor sobretudo porque alguns estabelecimentos onde ocorre aglomeração de pessoas, como cinemas, escolas, estádios, dentre outros, ainda estão proibidos de funcionar. Carletto reitera que a evolução dos casos está sendo observada com cautela o que definirá se o isolamento deve ser intensificado ou não. 

89% das empresas estão em atividade 
Reflexo direto da redução do isolamento social ocorre nas empresas. Cerca de 89% das empresas que emitem documentos fiscais (NF-e ou NFC-e) estavam com operação no Paraná na semana passada, de acordo com o mesmo boletim. O período que registrou maior queda no número de empresas em atividade foi entre 23 e 27 de março, logo após o Governo do Estado listar os setores essenciais e recomendar o fechamento dos não-essenciais. Cerca de 54% estavam abertas e algumas cidades atingiram patamares inferiores a 50%. Essa análise leva em consideração apenas empresas formais que emitiram ao menos uma nota fiscal nesses dois meses.
Segundo o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (Acia) Jayme Leonel, houve uma determinação do prefeito para que todas as empresas pudessem retomar suas atividades após a paralisação total do comércio, em decorrência da pandemia da Covid-19. “O prefeito está fazendo um esforço tremendo para manter poucos casos de coronavírus na cidade. Por isso estamos orientando os funcionários para que eles colaborem com a prevenção, pois isso vai respingar em suas famílias e em toda a cidade”, afirma.
Leonal afirma que neste momento o foco é manter os cuidados sanitários e que todas as empresas atenderam as exigências como o uso obrigatório de máscaras, álcool gel e respeitando o distanciamento social. “As empresas estão tomando muito cuidado, tanto que funcionários com problemas graves de saúde, que fazem parte do grupo de risco não estão trabalhando”, diz.