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Paratleta de Cruzmaltina é o terceiro melhor do mundo em sua categoria

Ivan Maldonado

| Edição de 24 de setembro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Mais de 100 medalhas, a maioria de ouro, conquistadas em eventos nacionais e internacionais em apenas cinco anos e participação nas Paralimpíadas Rio 2016 . Esta é a performance de Edevaldo Pereira da Silva, 36 anos, um dos grandes nomes do atletismo paradesporto brasileiro da classe F42, que fez uma sólida carreira no esporte sem precisar sair do Vale do Ivaí.

Imagem ilustrativa da imagem Paratleta de Cruzmaltina é o terceiro melhor do mundo em sua categoria


Há cinco anos no paradesporto, Edevaldo é hoje o primeiro no ranking brasileiro de arremesso de dardo, segundo das Américas e terceiro do ranking mundial. Ele também é o oitavo no mundo no arremesso de peso e segundo do país. Foi recordista brasileiro de salto à distância, mas devido a uma displasia de quadril, teve que a abandonar a modalidade. 
O atleta, que tem má formação na perna esquerda, relatou que a deficiência física, nunca o atrapalhou, porém não nega que já sofreu discriminação. Segundo ele, o esporte foi um modo de driblar o preconceito. “Me transformar em atleta ajudou muito quanto a discriminação e hoje, graças a Deus, estou servindo de exemplo para muita gente com deficiência, e isso, é gratificante”, comenta. 
Nascido na pequena Dinizópolis, distrito de Cruzmaltina, onde mora até hoje, Edevaldo é servidor público estadual e trabalha na biblioteca da escola José Ferreira Diniz. Ele conta que o sucesso de sua carreira como atleta se deve a muita dedicação, horas diárias de treinos e musculação, na academia montada na casa dele, com recursos de patrocínios, do Bolsa Atleta pódio e Talento Olímpico do Paraná. “Tenho tudo que eu preciso para treinar dentro de casa. Estou investindo em mim mesmo, para superar as marcas a cada competição”, relata. 
Mas nem sempre foi assim,. Edevaldo conta que quando com 30 anos iniciou a participar no paradesporto, muitas vezes teve que dormir escondido em hotéis, em quartos que outros atletas dividiam com ele. “Entrava escondido e ficava no quarto, só saía para competir. Para comer, quando dava alguma folguinha, eles levavam uma marmita. Na verdade eu não dormia, rolava a noite inteira. Mas, graças a Deus e o apoio desses amigos eu venci”. 
PARALIMPÍADAS 
Edevaldo também comenta sobre a sétima colocação no arremesso de dardo nas Paralimpíadas de 2016. “Muita gente acha que eu tremi na base, mas não foi bem assim. Naquela época, eu fiz a melhor marca da minha vida, recorde brasileiro e sul-americano e ainda fiquei em sétimo. Isso mostra que o nível de competição na minha classe é muito alto. Hoje minha marca é 54 metros e 21 centímetros, a terceira maior marca do mundo. Tenho quatro anos para treinar e evoluir, a expectativa é buscar o melhor do mundo com 57 ou 58 metros”. 
No Vale do Ivaí, Edevaldo é motivador do paradesporto, ele é o padrinho do Festival Paralímpico da UEM na cidade de Ivaiporã, organiza na escola onde trabalha festivais paralímpicos e faz palestras de motivação nas escolas da região.