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Polícia investiga morte de cães em linha férrea em Apucarana

Vanuza Borges

| Edição de 22 de agosto de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O surgimento de cães mutilados próximos à linha férrea virou caso de polícia em Apucarana. Quatro cachorros foram atropelados desde o último fim de semana em três cruzamentos diferentes da ferrovia e há suspeitas que os animais foram amarrados vivos nos locais. Um filhote, de aproximadamente quatro meses, foi o único que sobreviveu. Relatos sobre o caso viralizaram nas redes sociais, causando grande comoção e a Polícia Civil iniciou investigação.

Imagem ilustrativa da imagem Polícia investiga morte de cães em linha férrea em Apucarana


A primeira denúncia feita à Sociedade Protetora dos Animais (Soprap) foi na última sexta-feira à noite. Segundo o coordenador da Soprap, o biólogo Luan Rafael da Silva Santos, mais conhecido como Guapuruvu, a ligação foi recebida por volta das 22 horas. A denúncia era que um cão havia sido amarrado sobre a linha férrea do Núcleo Habitacional Guaracy Freire. “A equipe, por causa do horário, foi até o local no sábado de manhã e constatou que denúncia era procedente”, diz. O cão foi encontrado primeiramente pelo próprio dono que o procurava há alguns dias. 
Ao constatar o caso, uma integrante da Soprap postou uma mensagem em sua rede social. O acontecimento relatado gerou revolta em especial entre pessoas ligadas às instituições de proteção animal e novas denúncias surgiram. “Parecia ser algo inacreditável, mas fomos verificar mais uma vez e, infelizmente, constamos mais dois casos no sábado à tarde”, comenta o biólogo.
Os dois casos relatados ocorreram próximo ao cruzamento da linha férrea no Distrito de Vila Reis. “Um dos cães já estava em avançado estado de decomposição e outro conseguimos resgatar ainda com vida, mas com as patas mutiladas”, revela. O cão, apesar de ser encaminhado para uma clínica veterinária, não resistiu aos ferimentos e morreu na tarde de domingo. 
Ainda no domingo, a Soprap recebeu uma nova denúncia, desta vez no cruzamento próximo à entrada do Núcleo Habitacional Afonso Camargo. O animalzinho foi resgatado e encaminhado à uma clínica veterinária, que é parceira da Soprap. Ontem à tarde, o filhote, de aproximadamente quatro meses, passou por uma cirurgia na pata traseira direita, que foi dilacerada pelo trem. 
Para a integrante da Soprap e idealizadora do projeto social “Amigos do Bicho”, a apucaranense Jaqueline Negreti, os casos chamam a atenção pela brutalidade. “É um crime bárbaro. Um dos mais cruéis que já vi”, afirma. 
Na avaliação de Jaqueline, maus-tratos a animais são comuns, a diferença é que alguns chocam mais que outros. “Por isso, precisamos ter consciência e respeito com os animais”, defende.

A Polícia Civil de Apucarana está investigando o caso deste o último sábado, quando foi feito o boletim de ocorrência pela Soprap. Segundo a delegada-adjunta, Luana Lopes, policiais estiveram nos locais dos atropelamentos levantando informações. “Ainda não é possível fazer qualquer associação entre os casos. No momento, o foco das investigações está concentrado na Vila Reis, que é o local com maiores vestígios de crime”, adianta.
Nos outros dois locais, a delegada avalia, preliminarmente, que não há indícios de crime. “Não conseguimos identificar que os cães tenham sido amarrados na linha férrea. Em alguns casos até por causa do estado avançado de decomposição”, diz a delegada que destaca que o crime se enquadra como maus tratos contra animais.
O prefeito de Apucarana, Beto Preto, também comentou o caso. “Estamos indignados com os casos de crueldade”, diz o prefeito que, ontem, pediu redobrado empenho da Polícia Civil nas investigações. 
Conforme assinala Beto Preto, o caso precisa ser tratado com o rigor que merece. “Apucarana é uma cidade de paz social, é uma cidade solidária, e não aceitamos esse tipo de conduta abominável”, pondera ele.
O prefeito lembra que a cidade dispõe de um canil municipal muito bem estruturado. “No canil acolhemos e recuperamos cães que, posteriormente, são colocados à disposição para adoção”, reforça.