CIDADES

min de leitura - #

Preço da soja tem valorização de 21% e anima produtores

Ivan Maldonado

| Edição de 18 de abril de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

A soja tem atingido preços recordes no Paraná. Na segunda-feira, o grão atingiu a maior cotação do ano na região de Ivaiporã, R$ 76,80. Ontem, a saca de 60 quilos recuou e estava sendo cotada a R$ 75,80. A valorização é de 21% desde a época de plantio, em novembro. No comparativo com o mesmo período do ano passado, quando a soja era vendida a R$ 55,99, a alta é de 35%. Os produtores estão otimistas com o mercado e prometem segurar um pouco mais para negociar os estoques restantes. 

Imagem ilustrativa da imagem Preço da soja tem valorização de 21% e anima produtores

Benedito Crozatto, de Ivaiporã, por exemplo, pretende aguardar um pouco mais para negociar. No início do plantio, ele havia negociado no mercado futuro cerca de 40% da produção à R$ 63,60 para garantir o custo de produção. Ele colheu nesta temporada cerca de 1,9 mil sacas. “Eu vim hoje na cooperativa para torrar tudo, mas com a queda no preço prefiro esperar e segurar mais um pouco. No ano passado eu fiz assim e acertei, acabei fechando a R$ 80”, relata. 
Carlos Bandiera de Matos vendeu metade da produção de aproximadamente 10 mil sacas no início da colheita em média por R$ 70. Segundo ele, para pagar o arrendamento de terras e dividas na cooperativa. “Foi um bom preço, melhor até que esperávamos no início do plantio. Agora vou esperar preços melhores e vender conforme vencem os investimentos e o custeio feito nos bancos”. 
O gerente da unidade da Coamo, Domingos Carlos Fontana relata que na região aproximadamente 60% da safra já foi comercializada. 
“Grande parte dos produtores que negociaram foi para fazer frente aos compromissos de curto prazo, que seriam o custeio, os insumos e o banco. E tem o excedente que o produtor vai arriscar por picos melhores”, destaca.

INTERNACIONAL
Entre os motivos para a alta do preço da soja no Brasil estão a quebra na safra Argentina e as retaliações da China, que sobretaxou em 25% a soja norte-americana. 
Para o gerente da Coamo, Domingos Carlos Fontana, os bons preços para o produtor brasileiro são uma surpresa relativa nesta época. Se esperava que neste ano a soja tivesse um preço melhor que no ano passado, mas não nestes patamares.
“Se não tivesse esse quadro negativo na Argentina, China e Estados Unidos, a instabilidade da política aqui no Brasil, que influencia diretamente o cambio, com certeza, neste momento estaríamos falando em mercado bem abaixo de R$ 70”. 
Fontana relata ainda que muitos acreditam em patamares de R$ 85, como foi em 2016, quando a soja atingiu o maior preço dos últimos anos. “Não dá para falar que não chega. O mercado das commodities recebe influência de vários segmentos, que interferem negativamente ou positivamente. No mesmo dia nos temos picos que podem resultar de R$ 2  a R$ 3  por saca, para mais ou para menos”, completa Fontana.