Um projeto pedagógico desenvolvido em três Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Ivaiporã com 250 crianças de 6 meses a 5 anos tem se mostrado muito eficiente para abrir o apetite das crianças com uma alimentação mais saudável. Trata-se do “Hortas Pedagógicas: Sementinhas do Saber”, que permite aos pequenos plantar, acompanhar o desenvolvimento e colher o alimento que vai comer no CMEI. Além de brincar de plantar, as crianças aprendem outras importantes lições que serão úteis para a vida inteira. Em 2019, o projeto será implantado nos 11 CMEIs da cidade.
A coordenadora pedagógica do Departamento de Educação, Jacinta de Fátima Scodro Bonfim, relata que o objetivo principal do projeto Hortas Pedagógicas é envolver as crianças no sentido de estimular a sua participação na produção, consumo e importância das hortaliças na alimentação.
“Não é um projeto para sustentar o CMEI. O nosso objetivo é que a criança veja a sementinha, que ela veja crescer, que ela cuide e depois com o tempo ela colha e coma. É o que vem acontecendo nos CMEIs onde foi implantado. É uma educação pelo olhar, que desperta novas descobertas e propicia o acompanhamento da evolução das plantinhas”.
O projeto na Educação Infantil foi implantado em 2017 no CMEI Emília Kyoko Kuroda e, este ano, levado para os CMEIs Antônio Carlos Costa e Paulo Freire. “O resultado tem sido muito positivo, temos depoimentos de pais que na casa o interesse e o gosto das crianças por legumes e verduras melhoraram muito”, afirma Jacinta.
Edicléia Kulkamp, coordenadora do CMEI Emília Kyoko Kuroda, explica que o projeto é acompanhado por estagiários do curso de agroecologia do IFPR que dá dicas de todo o processo, desde a preparação da terra até a colheita. A organização de canteiros é feita com pneus recicláveis, com garrafas pet, suportes de palites e caixas, organizados de acordo com o espaço.
“A participação das crianças é desde o berçário. A gente apresenta as mudinhas, explica como é a alface, o rabanete, a cenoura, depois eles ajudam no plantio e na colheita, sujando as mãozinhas com vontade. Regam todos os dias e ajudam a lavar e entregar para as merendeiras prepararem a alimentação. Com isso, aprendem que a natureza deve ser cuidada para se desenvolver, e que todos devem ajudar”.
Ainda segundo Edicléia, as crianças se mostram felizes e encantadas quando lidam com a terra. “Para elas, é uma brincadeira das mais divertidas. Elas se preocupam e cobram para irem à hortinha. Pelo fato de cuidarem, a gente percebe também que houve mudança nos hábitos alimentares aqui no CMEI. A beterreba, por exemplo, que alguns olhavam e diziam que não gostavam sem nunca terem experimentado, a partir da participação deles na horta passaram gostar e comer. Até o rabanete, que é um dos alimentos que menos agrada o paladar das crianças, estão comendo”.
Nesta semana, o projeto foi premiado com certificado de reconhecimento no prêmio gestor público, que é uma iniciativa do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual do Paraná (Sindafep).