A população em situação de rua é a que afetada com as temperaturas despencando nos termômetros da região. Em vulnerabilidade social, essas pessoas dependem ainda mais da assistência de órgãos de acolhida. Em Apucarana, o frio coloca esses locais em sinal de alerta, registrando um aumento no número de pessoas que buscam um local para ficar.
Um dos principais espaços de acolhida na cidade é a Casa de Misericórdia Resgate de Deus, um espaço na zona rural que abriga em média cerca de 90 pessoas. No entanto, com o tempo frio, esse número aumenta em um terço, chegando a até 120 pessoas. Um dos fundadores do espaço, Luciano Henrique, conta que existe uma preocupação crescente quando o tempo esfria.
“Sempre recebemos doações da igreja ou de empresas que se sensibilizam com o nosso trabalho. Mas, quando necessário, os próprios voluntários que trabalham na Casa acabam se movimentando para arrecadar roupas, cobertores e demais itens necessários. Além disso, fazemos abordagens a essas pessoas nas ruas de Apucarana com maior frequência, convidando-os para irem até a Casa, oferecendo comida, roupas e demais itens necessários”, destaca.
Luciano explica que, na Casa de Misericórdia, além de assistência básica, como local para dormir, comida, banho e itens de higiene, as pessoas também participam de outras atividades. “Nós desenvolvemos várias atividades, como terapia em grupo e orações, buscando dar um suporte psicológico para essas pessoas”, destaca.
A Secretaria de Assistência Social do município também possui programas que se destinam a dar apoio a andarilhos e moradores de rua. Um deles é o Centro Pop, que recebe diariamente entre 20 e 30 pessoas, sem espaço para alojamento. A diretora da secretaria, Priscila da Silva Luzia, conta que os profissionais envolvidos procuram dar todo o suporte necessário a quem procura o espaço.
“Nós atendemos as pessoas que vão até o local, mas também nós vamos até elas, com abordagens na rua mesmo. No Centro Pop, procuramos orientar, dar suporte social, psicológico, local para banho, comida e roupas. Também procuramos ajudar na aquisição de uma passagem, caso a pessoa esteja querendo ir até outra cidade, e orientamos no que diz respeito à entrada no mercado de trabalho, cursos e educação de modo geral”, diz.
Aqueles que aceitam, são acolhidos e encaminhados para o Abrigo Pop, um espaço que hoje possui 15 pessoas. “Além do mesmo suporte oferecido no Centro Pop, essas pessoas recebem um local para dormir. Mas existem regras: os horários são rígidos e há um comportamento a seguir, como por exemplo com relação ao consumo de álcool e drogas. Eles também precisam estar procurando emprego, estudando ou trabalhando”, conta Priscila.
A Casa de Misericórdia fica no Recanto Belvedere. Já o Centro Pop fica na Rua Desembargador Clotário Portugal, 250.