Quem faz a feira toda semana já percebeu que o tomate está mais caro. Nas últimas três semanas, o preço do produto praticamente dobrou. O quilo do produto que estava por volta dos R$ 3 está custando entre R$ 5,89 a quase R$ 7, dependendo da variedade.
Comprador de uma rede de supermercados de Apucarana, Gainete Ferensovicz afirma que a alta vem se intensificando nas duas últimas semanas. A caixa de 20 kg que custava entre R$ 50 a R$ 60 disparou para R$ 100 a R$ 110.
Os preços, segundo ele, estão tendo uma elevação fora de época causados pela falta do produto. “O momento é de fim de safra e acredito que também houve quebra. A disparada do preço começou antes do previsto”, destaca. Segundo ele, a situação não deve melhorar. “A safra da região ainda vai demorar cerca de um mês para sair e, mesmo assim, pode haver falta de produto porque os preços em baixa desestimularam muitos produtores sazonais”, comenta.
A alta nos preços, como de praxe, espanta o consumidor. Subgerente de um supermercado de Apucarana, Fábio Fernandes da Silva, confirma o aumento de preços e destaca que o estabelecimento em que trabalha já sentiu a queda no consumo. “A gente costuma vender 300, 200 quilos de tomate por dia, quando o preço aumenta isso cai e reduzimos as vendas e a oferta”, comenta.
Proprietária de uma frutaria em Apucarana, Karen Dayane Costa tem uma alternativa para garantir vendas mesmo com preço mais salgados. Ela oferta dois tipos de tomates em seu estabelecimento. Um deles é o tradicional, sendo vendido a R$ 6,49 o quilo. Já a segunda variedade, de tamanho menor, sai por R$ 3,29.
"Os consumidores não têm reclamado. O tomate menor, mais em conta, é uma opção a mais que damos aos clientes. Como geralmente os tomates são preparados cortados ou picados, não faz grande diferença para o consumidor o tamanho do produto", afirma.
A alta de preços é nacional. Os preços dispararam no fim de outubro no Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), indicador usado como medidor de inflação. A alta de 72,25% registrada na última semana de outubro deve pesar no índice oficial na inflação do período. (ADRIANA SAVICKI E RENAN VALLIM)