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Reajuste do diesel chega à R$ 0,20 nas bombas e caminhoneiros discutem greve

Renan Vallim

| Edição de 21 de abril de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O aumento no preço do diesel, proposto pela Petrobras nas refinarias do país na última quarta-feira (17), já chegou às bombas dos postos de combustíveis da região. Em boa parte dos estabelecimentos, a alta foi de até R$ 0,20. Com isso, os motoristas de caminhão, que até então descartavam nova greve da categoria, agora começam a discutir a possibilidade. Lideranças de outros estados já falam abertamente em paralisação no próximo dia 29.
Nesta semana, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, anunciou aumento de R$ 0,10 por litro de diesel nas refinarias, acompanhando a variação do combustível no mercado internacional. O valor do diesel subiu dos atuais R$ 2,14 para R$ 2,24, em média, nos 35 pontos de distribuição no país.
No entanto, o impacto nas bombas foi maior. Em Apucarana e Arapongas, os preços subiram até R$ 0,20 em alguns postos. O menor preço encontrado antes do reajuste era de R$ 3,19, chegando a, no máximo, R$ 3,45. Atualmente, o litro do diesel não sai por menos de R$ 3,35, chegando a até R$ 3,55.
A situação irritou caminhoneiros. Lideranças da categoria em diversos estados já sinalizam a possibilidade de greve a partir do dia 29. Na região, representantes da classe também se mostram descontentes com as condições de trabalho atuais. Se antes, uma nova greve era descartada, hoje o clima é diferente.
“Existem conversas entre os caminhoneiros. Temos ouvido que muitos estão irritados e estão discutindo a greve. Eu sou contra paralisar agora, mas existem os que são a favor”, conta o apucaranense Carlos Roberto Semmer.
Ele defende dar mais tempo para o Governo Federal trabalhar. “Acho que fazer greve não funciona. Vai ser em vão. Vai prejudicar a população que não tem nada a ver e não vai surtir efeito. O governo tem mostrado ter boas intenções, com o crédito de R$ 30 mil para o caminhoneiro, por exemplo. Além do mais, a desunião entre os caminhoneiros faz com que alguns parem, outros não, e a greve perde força”, diz.
Já André Pereira, também caminhoneiro da região, afirma que a situação está muito ruim. Ele diz que não consegue frete há três dias e que vai deixar a família em casa na Páscoa para tentar a sorte em Tocantins. “Estou indo para Tocantins com o caminhão vazio, para ver se consigo alguma coisa por lá”, diz.
Ele critica a linha de crédito para caminhoneiros autônomos, disponibilizada pelo Governo Federal. “Boa parte dos caminhoneiros não vai ter acesso a este dinheiro porque vem de dificuldades há um bom tempo e, por isso, tem o nome sujo. Mesmo se conseguir, este dinheiro vai dar apenas para trocar os pneus e fazer reparos menores. Enquanto isso, as grandes empresas têm acesso a crédito para adquirir frotas de caminhões zero quilômetro”, afirma.
Segundo ele, por enquanto não há nada certo sobre uma paralisação na região, mas a situação pode mudar a qualquer momento. “Se for haver paralisação, vai ser nas bocas de embarque, como empresas e cooperativas. Os caminhoneiros vão recusar carregar os caminhões”, explica.