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Região tem 5 mil inscritos para o Enem; número 42% menor que no ano passado

DA REDAÇÃO

| Edição de 18 de novembro de 2021 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vai mobilizar, a partir de domingo, pouco mais de 5 mil estudantes nos quatro municípios da região onde a prova será aplicada. A quantidade de inscritos para a prova de 2021 é 42% menor que para edição de de 2020.

De acordo com informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), a região tem 5.087 inscritos. O município com mais inscritos é Apucarana (1.893), seguido por Arapongas (1445), Ivaiporã (873), Jandaia do Sul (631) e Mauá da Serra (245). Para a edição 2020 que, por conta da pandemia, teve as provas aplicadas em janeiro e fevereiro deste ano, foram 8.797 inscritos nos mesmos municípios. 
Segundo o Inep, também houve queda nas inscrições para prova online – 95 inscritos em Apucarana no ano passado contra 78 neste ano. O fenômeno ocorre em todo país e tem uma série de motivos. O principal deles, de acordo com professores, seria o impacto da pandemia no ensino médio.
Para o professor Guilherme Bomba, que leciona História em Apucarana, a desistência dos estudantes ocorre não apenas para o Enem, mas também para vestibulares em toda a região.
“Eu acho que é um efeito direto na pandemia. Podemos comparar esses números com o último vestibular da UEL, onde o número de inscritos não presentes passa de 50%. Não é só questão de preparo, mais isso mostra uma questão de ansiedade que só piorou neste momento. O formato on-line das aulas gerou muita insegurança nos alunos, por isso, na minha opinião, muitos decidiram nem a fazer a prova este ano”, disse o professor.
Para ele, a atual crise no Inep, com demissão em massa de funcionários, aliada às falas recentes do presidente Jair Bolsonaro, também despertam insegurança. “Há um certo receio sobre o próprio formato da prova e os últimos acontecimentos políticos que permeiam essa questão. O exame tem uma cara, foi construindo suas facetas ao longo do tempo e esse controle do governo sobre a prova gera insegurança”, avaliou Bomba.
Para o professor de Língua Portuguesa Pedro Zumas, o afastamento dos alunos das salas de aula durante quase dois anos afetou diretamente a preparação dos estudantes. “Os alunos têm convicção de que não estão preparados para esta prova, uma prova extremamente difícil e, por conta destes quase dois anos de afastamento das salas de aula, você vê apenas um ou outro lutando para fazer o exame. Por conta da pandemia e do ensino remoto, estamos agora com uma safra de alunos que ficaram sem base, sem apoiamento e consequentemente, não se sentem preparados para enfrentá-la”, comenta.
Ele acredita que as mudanças no foco da prova são bem-vindas. “Na minha opinião, as provas do Enem nos últimos anos só falavam sobre violência e exclusão social, já estava na hora de uma renovada nos temas do exame”, considerou.