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Safra de milho acumula perdas de 31% por causa da estiagem

Ivan Maldonado

| Edição de 07 de outubro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Os produtores rurais da região de Ivaiporã do Núcleo Regional da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) encerraram, nos últimos dias, a colheita do milho safrinha. A cultura foi marcada por uma estiagem forte nos meses de abril e maio e derrubou a produtividade. Com isso, a região deixou de colher 71 mil toneladas do grão. Na semana passada, a soja começou a ser semeada na região e já atinge 5% da área estimada para a safra 2018/2019.

Imagem ilustrativa da imagem Safra de milho acumula  perdas de 31% por causa da estiagem


Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), a quebra na safra do milho safrinha na regional da Seab de Ivaiporã, que tem 21 municípios do Vale do Ivaí e região central do Estado, foi de 31%. Era esperada na área cultivada de 48 mil hectares uma produção de 240 mil toneladas de grãos, porém foram colhidas 166 mil toneladas. 
Conforme Sergio Carlos Empinotti, engenheiro agrônomo do Deral, a média regional esperada de 5 mil quilos por hectare caiu para 3.470 quilos, com os produtores colhendo em média 139 sacas por alqueire. “A estiagem pegou a maioria das lavouras justamente na floração e frutificação período em que o milho mais precisa de umidade”. 
O mercado do milho ontem em Ivaiporã estava cotado ontem em R$ 30,20 a saca de 60 quilos. “Nesses patamares, os produtores que conseguirem colher acima de 140 sacas, paga as conta já que o custo de produção é R$ 3.360,00 por hectare. Mas, mesmo assim aquelas lavouras de alta tecnologia que exigem maior adubação e sementes de melhor qualidade, o custo de produção é maior e terá que colher mais”. 

SOJA
Ainda conforme informações do Deral, a soja que começou a ser plantada na região semana passada, já atingiu 5% da área prevista para esta temporada, que é 303 mil hectares. Está previsto um aumento de 4% em relação à safra anterior, quando os produtores da regional semearam o grão em 292 mil hectares. 
“O pessoal está colhendo trigo rapidamente e vindo com as maquinas atrás plantando a soja. Tem trigo sendo colhido até com umidade para liberar o campo, e plantar a soja no mês de outubro para evitar uma estiagem em fevereiro”. A expectativa que neste mês o plantio de soja chegue a 70% da área prevista para o plantio. 
De acordo com Empinotti, na região 30% da soja para a próxima temporada já está sendo vendida antecipada. “Quem está plantando agora e já travou o preço em R$ 80,00 (saca) está fazendo um bom negócio, porque os preços não devem se manter nesses patamares”.
Já a colheita do trigo na regional tinha chegado antes das chuvas dessa semana em 50% da área plantada de 110 mil hectares. A cultura também terá queda de produção em razão da estiagem. “A região terá rendimento de tudo que tamanho, mas na média 70% dos produtores deverão colher entre 60 e 100 sacas, mas temos lavouras que não vão colher nada”. 
A chuva é outro fator que pode interferir negativamente nos 50% restante do trigo que ainda se encontra na lavoura. “Se der mais umas duas chuvas em cima desta que estamos tendo esta semana, o trigo perde rapidamente a qualidade”.